Centenas de iraquianos se reuniram hoje no centro de Bagdá para protestar contra a corrupção e a falta de serviços governamentais, problemas enfrentados há anos no país. Os iraquianos têm expressado sua irritação com a falta de empregos e a precariedade de serviços governamentais em protestos de menor escala em todo o país. As manifestações não são grandes como as que derrubaram os governantes de Tunísia e do Egito, mas mesmo assim constrangem o primeiro-ministro Nouri al-Maliki e destaca os muitos desafios enfrentados por seu frágil governo.
"Nós queremos que reformas sejam feitas", disse Hanaa Adwar, ativista do grupo al Amal. "Nós testemunhamos a revolução popular realizada pelos tunisianos e egípcios que levaram à queda de seus regimes." Ela afirmou que haverá mais protestos se o governo não se curvar às exigências populares.
Apesar de terem algumas das maiores reservas de petróleo do mundo, os iraquianos enfrentam problemas com o fornecimento de eletricidade, que tornam os verões insuportáveis e os deixam congelando no inverno. Eles também sofrem com a falta de água e com a falta de coleta de lixo.
A população está irritada com os altos salários de seus representantes eleitos quando comparados aos dos cidadãos comuns. Muitos dos manifestantes levavam faixas com a imagem de um coração partido, uma alusão ao fato de o protesto ter começado no dia de São Valentin, o dia dos Namorados em alguns países. Eles gritavam slogans dizendo que a riqueza do petróleo deveria ir para o povo, mas que em vez disso vai para as mãos de ladrões.
"Governo, vocês deveriam aprender a lição do Egito e da Tunísia" gritavam os manifestantes ao se dirigirem para o centro da cidade. Em todo o Oriente Médio, pessoas encorajadas pelos protestos na Tunísia e no Egito têm realizado manifestações clamando por mudanças. As demonstrações no Iraque têm sido de pequena escala, embora os organizadores prometam uma manifestação bem maior para o próximo dia 25. Um dos organizadores, Bassam Abdul Razzaq, de 31 anos, disse que a notícia sobre o protesto se espalhou pelo Facebook, da mesma maneira que aconteceu nas manifestações do Egito e na Tunísia.
Os protestos fizeram com que al-Maliki se reunisse ontem com outros integrantes do governo para discutir os problemas enfrentados pelos iraquianos. Em comunicado divulgado por seu escritório, al-Maliki disse que o governo está trabalhando para resolver as quedas do sistema elétrico e a questão do abastecimento de alimentos.
Todos os iraquianos têm o direito de receber uma espécie de cesta de alimentos, algo que acontece desde os dias em que o país estava sob sanções. Mas a população reclama que as cestas - que agora são entregues pelo governo - estão diminuindo e afirmam que isso ocorre por causa da corrupção governamental. "Estamos nos esforçando para resolver estes dois problemas, mas precisamos de tempo e a questão da eletricidade estará completamente resolvida em dois anos", disse al-Maliki. As informações são da Associated Press.
- Irã reforça policiamento para impedir manifestações
- Milhares de egípcios protestam por melhores salários
- Governo da Argélia deve permitir protestos, diz França
- Manifestantes exigem a renúncia do presidente no Iêmen
- Exército ordena saída de últimos manifestantes de praça do Cairo
- Governo palestino renuncia e premiê formará nova equipe
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas