Milhares de iraquianos protestaram nesta quinta em Bagdá e em outras cidades contra o governo, desafiando postos de controle da polícia e uma proibição que tentou impedir a circulação de veículos nas áreas centrais da capital. Foi a segunda sexta-feira seguida de manifestações na capital iraquiana e o protesto das multidões deixou nervoso o governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki, o qual teme que a onda de rebeliões no mundo árabe se espalhe para o Iraque. Muitos protestos foram pacíficos, mas ainda assim a polícia usou canhões de água para dispersar os manifestantes na cidade de Basra, a segunda maior do Iraque, e espancou alguns jornalistas que cobriam as manifestações locais.
Inspirados nas revoluções da Tunísia e do Egito, os manifestantes iraquianos pedem melhores serviços públicos, salários maiores e o combate à corrupção no país. Os protestos também refletem a frustração que muitos iraquianos sentem oito anos após a queda do ditador Saddam Hussein.
No bairro xiita bagdali de Cidade Sadr, pelo menos 10 mil pessoas fizeram um protesto, no qual manifestaram apoio à insurgência do povo líbio contra Muamar Kadafi. O protesto foi visto mais como uma manifestação de solidariedade aos líbios do que como uma demonstração de repúdio ao governo de al-Maliki, que é xiita e possui apoio de parte da comunidade.
"Nosso país está perdido e pelos últimos oito anos o governo fracassou em oferecer serviços ao povo. Centenas de milhares de jovens estão sem trabalho", disse Bahjat Talib, um dos 2 mil manifestantes que foram à Praça da Libertação, cercados por centenas de policiais.
Em Basra, no sul do país, uma multidão de pelo menos mil pessoas protestou em frente à sede do governo provincial. Os manifestantes pediram que os deputados da província renunciem e que serviços essenciais, como fornecimento de água potável e eletricidade, sejam melhorados. Também ocorreram manifestações nas cidades de Mossul, Tikrit, Nassíria, Amara e Sulaimaniyah, esta última no Curdistão iraquiano. As informações são da Associated Press.
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