A Irlanda vai expulsar um diplomata israelense por causa do uso de passaportes irlandeses forjados por suspeitos do assassinato de um integrante do Hamas em Dubai em janeiro deste ano, informou o Ministério de Relações Exteriores nesta terça-feira.
A decisão foi tomada pelo governo do primeiro-ministro Brian Cowen após investigações feitas por policiais e funcionários do departamento de passaportes sobre os documentos falsos usados em janeiro durante o assassinato de Mahmud al-Mabhuh em Dubai.
O ministro de Relações Exteriores Michael Martin disse que a Irlanda decidiu que "como forma de protesto contra essa ação inaceitável, Israel recebeu o requerimento para retirar um determinado membro de sua equipe de sua embaixada em Dublin".
"Esta exigência foi comunicada ao embaixador israelense e eu espero que ela seja rapidamente atendida", disse ele. Israel chamou a medida de "lamentável".
"A decisão irlandesa é lamentável e não está de acordo com a importância das relações entre os dois países", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Yigal Palmor, à agência France Presse.
Mahmud al-Mabhuh, um dos fundadores do braço militar do movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, foi encontrado morto em seu quarto no hotel Al Bustan Rotana, perto do aeroporto de Dubai, no dia 20 de janeiro.
Doze passaportes britânicos, seis irlandeses, quatro franceses, um alemão e três australianos foram usados pelas 26 pessoas que, acredita-se, estejam ligadas ao assassinato, segundo a polícia de Dubai.
Na maioria dos casos, os documentos de viagem parecem terem sido falsificados ou obtidos de forma ilegal. A Irlanda e os demais quatro países cujos passaportes foram usados chamaram enviados israelenses para conversações.
Martin disse que as evidências encontradas nas investigações irlandesas e a sofisticação dos documentos forjados "claramente apontam o envolvimento de uma agência estatal estrangeira ou uma organização criminosa com muitos recursos para acessar detalhes de um significativo número de passaportes irlandeses".
Investigadores britânicos e autoridades australianas chegaram a conclusões semelhantes, disse o ministro irlandês, acrescentando que havia "fortes razões para acreditar que Israel foi responsável".
Ele acrescentou que, de acordo com a prática diplomática normal, ele não relevaria nem o nome nem a função do funcionário que o governo israelense deve retirar do país.
Um porta-voz israelense também não identificou o diplomata em questão, mas afirmou que não se trata do embaixador. "Eu quero esclarecer que o funcionário em questão não é acusado ou suspeito de qualquer crime em particular. Ao ser obrigado a deixar seu posto prematuramente, o funcionário é uma vítima das ações do Estado que eles representam", disse ele.
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