Os eleitores da Irlanda vão nesta sexta-feira (2) às urnas para decidir pela segunda vez sobre o Tratado de Lisboa, previsto para substituir a atual Constituição da União Europeia (UE). O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, pediu à população para que não use o referendo a fim de protestar contra o governo local. "Este referendo está acima dos partidos políticos. É sobre o futuro do nosso país para nossa geração e para as gerações que virão", afirmou Cowen. Ele descartou um terceiro referendo se o tratado for de novo rejeitado.

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Caso único entre as 27 nações que formam a UE, a Irlanda realiza pela segunda vez um referendo sobre o Tratado de Lisboa. Em junho de 2008, o texto foi rejeitado por 53,4% a 46,6%. As mais recentes pesquisas mostram que dessa vez o documento deve ser aprovado, com uma margem de 48% a 55% de votos para o "sim". Os eleitores indecisos, porém, podem tornar o resultado final bastante apertado.

O tratado proposto é uma versão moderada da Constituição da UE rejeitada por franceses e holandeses há três anos. O texto pretende criar uma Europa mais federal e também simplificar o sistema interno de votação no bloco.

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Após a rejeição irlandesa de 2008, foram reescritos trechos do tratado, garantindo a neutralidade da Irlanda, o respeito a suas leis antiaborto e sua independência em relação à cobrança de impostos. Além disso, o país poderá manter seu próprio comissário europeu.

"Eu trabalhei duro para assegurar garantias legais por causa do temor do povo irlandês", lembrou Cowen. "A escolha agora é simplesmente uma - nós queremos avançar com a Europa ou tentar uma rota nova e mais incerta." As seções eleitorais devem ficar abertas até as 18 horas (horário de Brasília).