O Conselho de Ministros do Egito tachou a Irmandade Muçulmana de organização terrorista. O anúncio foi feito ontem pelo vice-premiê Hosam Isa por meio da agência oficial de notícias Mena. Como consequência, a Irmandade fica proibida de realizar qualquer atividade, inclusive manifestações.
A decisão foi tomada em decorrência do ataque à bomba que foi realizado contra um prédio das forças de segurança, na terça-feira, na cidade de Mansura. Ao menos 14 pessoas, na maioria policiais, morreram e cerca de 140 ficaram feridas.
Mais cedo, um grupo extremista do Sinai, o Ansar Bayt al-Maqdis (apoiadores de Jerusalém, em árabe), havia reivindicado a autoria do atentado por meio de uma declaração difundida em um site islâmico.
Não está clara a eventual ligação entre o Ansar Bayt al-Maqdis e a Irmandade Muçulmana, que serviu como base política para a candidatura de Mohammed Mursi à Presidência na eleição de 2013, as primeiras do país após mais de três décadas de ditadura sob Hosni Mubarak.
No entanto, na terça-feira, pouco após o ataque, o governo egípcio já disparava acusações contra a Irmandade Muçulmana. O premiê Hazem Beblaui disse à agência Mena que, com a explosão, a Irmandade mostrara "a sua cara mais cruel para amedrontar o Egito e verter seu sangue".
O grupo reagiu, negando envolvimento com o episódio.
No comunicado, o Ansar Bayt al-Maqdis afirmava que combaterá o governo egípcio que, para o grupo extremista, luta contra a legitimidade islâmica e derrama o sangue de muçulmanos oprimidos.
O Ansar Bayt al-Maqdis já havia assumido a responsabilidade por uma tentativa fracassada de assassinar o ministro do Interior, no Cairo, em setembro passado.