A Irmandade Muçulmana do Egito quer que os generais que governam o país demitam o governo apontado por eles, afirmando que o executivo fracassou em lidar com as questões econômicas e de segurança no Egito. O pedido da Irmandade Muçulmana, que já é o maior partido político do país, é feito apenas alguns dias antes da realização de uma greve geral, marcada para o sábado e que deverá lembrar o aniversário de um ano da queda do regime autoritário de Hosni Mubarak, derrubado em 11 de fevereiro.
O porta-voz da Irmandade, Mahmoud Ghozlan, disse que os militares deveriam indicar um representante do seu braço político como primeiro-ministro, que por sua vez formaria um governo de coalizão. A Irmandade controla quase 50% dos assentos do novo Parlamento. Ghozlan disse ontem que um governo apoiado pelo Parlamento teria mais poderes para cuidar dos desafios nos setores da economia e segurança.
O exército começou a enviar tropas para várias províncias e cidades ao redor do país, antes da greve geral marcada para o dia 11. A mídia estatal disse que o objetivo do reforço militar é "restaurar o prestígio do Estado", abalado após a violência em Port Said.
Ao mesmo tempo, grupo de jovens e políticos seculares temem uma possível aliança entre a Irmandade Muçulmana e a junta militar. O receio deles é que a Irmandade tente monopolizar a cena política aliada aos militares.