Um irmão do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que o mandatário esquerdista foi diagnosticado na adolescência com Síndrome de Asperger, condição psicológica do espectro autista na qual a pessoa tem dificuldades nas interações sociais e padrões de comportamento repetitivos, entre outros pontos.
Juan Fernando Petro divulgou a informação, que nunca havia se tornado pública, numa entrevista ao programa Los Informantes do canal Caracol no YouTube, na noite de domingo (3), e disse que também apresenta a condição.
O irmão de Petro abordou o assunto para rebater críticas de que o presidente com frequência se ausenta de eventos oficiais: já são 93 ausências desde que chegou à presidência colombiana, em agosto do ano passado.
No final do mês passado, a oposição colombiana chegou a propor que Petro fizesse um exame médico para apurar se alguma questão de saúde tem impedido o presidente de cumprir integralmente sua agenda.
“Quando éramos jovens, éramos pessoas muito engraçadas. Quando começou a adolescência, ocorreu uma mudança brutal em ambos. Meu pai nos levou ao psicólogo e ele nos contou que tínhamos esse autismo, Síndrome de Asperger. Podemos estar com 10 mil pessoas e de repente não estamos mais ali, mesmo que a nossa presença física esteja lá, mas a do Gustavo é mais intensa que a minha”, disse Juan Fernando Petro.
“Ele habita seu próprio universo. Que está na sua cabeça e às vezes o mundo lá fora não existe. Ele não é nem inteligente, na minha perspectiva ele é um gênio, e isso o separa mais das pessoas comuns. Não porque seja presunçoso, prepotente ou orgulhoso, mas pela sua condição”, explicou.
Nesta segunda-feira (4), todos os jornais da Colômbia estão repercutindo a notícia e explicando do que se trata a Síndrome de Asperger. Um texto do jornal El Tiempo destaca que várias personalidades, como Elon Musk, Anthony Hopkins, Greta Thunberg e Susan Boyle, foram diagnosticadas com Asperger, o que mostra que a condição não é uma limitação para atividades profissionais.
Na entrevista, Juan Fernando Petro falou que a prisão do filho do presidente, Nicolás Petro, no final de julho, por receber dinheiro ilegal – que, em parte, teria abastecido a campanha presidencial do pai em 2022 –, abalou o mandatário esquerdista.
“A última vez que o vi, há duas semanas, encontrei-o no seu escritório, pensativo e sozinho. Sei que tudo isto que aconteceu com Nicolás o afetou muito, embora ele tente mostrar tranquilidade exteriormente”, afirmou.
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