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James Biden, irmão do presidente americano Joe Biden, buscou parceria com representantes do governo do Catar para angariar fundos para um negócio privado nos Estados Unidos, apontam documentos acessados pelo jornal Político.
De acordo com as investigações, James tentou usar da influência política de Biden, quando ainda era vice-presidente de Obama, para arrecadar dinheiro de fontes do Catar e financiar a Americore, uma empresa de saúde da qual fazia parte, que enfrentava uma situação econômica crítica na ocasião. As informações constam em depoimento no tribunal de falências do país e outros documentos que envolvem também o ex-parceiro de negócios do investigado, Michael Lewitt.
Um dos relatos obtidos pelo jornal apontam que Lewitt confessou o envolvimento do governo catari em duas empresas com as quais trabalharam. "Elas pertenciam parcialmente a membros do governo do Catar”, disse em um processo judicial.
Documentos judiciais de falência também indicam que James sugeriu que seu sobrenome poderia “abrir portas” para a Americore, prometendo investimentos "consideráveis" a partir do Oriente Médio. Contudo, não há informações de que essa parceria tenha se concretizado.
James Biden testemunhou em fevereiro no inquérito de impeachment de seu irmão, que envolve principalmente investigações contra o filho do presidente democrata, Hunter Biden, também por uma suposta influência política em negócios internacionais. Naquela ocasião, James rejeitou qualquer participação do irmão em seus empreendimentos.
Contudo, a Americore foi acrescentada ao inquérito devido a um pagamento de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão) que James enviou ao presidente democrata no mesmo dia em que recebeu o dinheiro da empresa de saúde, em março de 2018. O pagamento é classificado como "reembolso de empréstimo", mas James testemunhou no Congresso que não possui registros desse empréstimo de Joe Biden.
Hunter e seu tio também tinham participação em um consórcio ao lado do conglomerado chinês de infraestrutura CEFC, que funcionou entre 2017 e 2018 para facilitar acordos de energia entre os EUA e Pequim. No entanto, nenhuma das parcerias se materializou, afirmou o ex-parceiro de negócios Michael Lewitt, como testemunha.