Irritado com incursões russas no espaço aéreo da Turquia, o presidente turco, Tayyip Erdogan, avisou a Rússia que há outros países que lhe poderiam fornecer gás natural e construir sua primeira usina nuclear.
Aviões russos entraram duas vezes no espaço aéreo turco no fim de semana, quando a Rússia desfechava ataques aéreos na Síria. Depois disso, jatos F-16 da Turquia também têm sido assediados por sistemas de mísseis baseados em território sírio e aviões não identificados.
“Não podemos aceitar a situação atual. As explicações da Rússia sobre as violações do espaço aéreo não são convincentes”, disse Erdogan a repórteres quando se dirigia ao Japão para uma visita oficial, segundo o diário turco Sabah e outros meios de comunicação.
Os ataques aéreos da Rússia em apoio às forças do presidente Bashar al-Assad mudaram o equilíbrio de poder no conflito sírio e representam um golpe para as aspirações da Turquia de ver Assad ser removido do poder.
Mas, além de protestar, há pouca coisa que o governo turco pode fazer.
A Rússia é o maior fornecedor de gás natural da Turquia, que compra anualmente dos russos de 28 a 30 bilhões de metros cúbicos (bcm) do total de 50 bcm que consome. Outros fornecedores importantes são o Irã e o Azerbaijão, além de haver planos de adquirir uma pequena quantidade do Turcomenistão.
A Turquia encomendou da estatal russa Rosatom, em 2013, a construção de quatro reatores de 1.200 megawatts cada, como parte de um projeto de 20 bilhões de dólares, embora ainda não tenha sido definida a data de início do que seria a primeira usina de energia nuclear turca.
Erdogan disse estar ressentido sobre a intervenção russa na Síria, que a Turquia vê como seu próprio quintal, mas no momento não planeja conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado