A Coalizão Islâmicos do Egito, formada pela Irmandade Muçulmana e outros partidos islâmicos, rejeitou hoje adiar o referendo sobre a nova Constituição, marcado para o próximo dia 15. O grupo forma a maioria que aprovou o projeto da lei máxima na Assembleia Constituinte, no dia 30.
A aprovação do texto final, que foi boicotado pela oposição liberal, deixou os protestos contra o presidente Mohammed Mursi mais violentos. Na quarta-feira, sete pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas em confrontos em frente ao palácio presidencial.
Em comunicado, a plataforma defendeu que o plebiscito seja realizado no próximo sábado, sem adiamento. Eles consideram que a consulta popular é "uma passagem no caminho em direção à estabilidade, ou seja, a construção das instituições do Estado".
O grupo de partidos islâmicos advertiu para o que chamou de "tentativas de derrubar o governo", em referência aos protestos de opositores, e disseram que não aceitarão "a volta do corrupto regime anterior sob nenhum pretexto ou nome".
O comunicado foi divulgado no início do diálogo nacional convocado por Mursi em pronunciamento anteontem, mostrando um impasse que o governo poderá ter com a oposição, que boicotou o evento por considerar que o presidente não atendeu às suas reivindicações.
Os adversários queriam que Mursi anulasse os decretos que aumentam seu poder e cancelasse o referendo sobre a nova Constituição até que fosse revisado. O boicote foi mantido mesmo depois que o vice-presidente egípcio, Mahmoud Mekki, sugerir que o governo poderia mudar a data.
O grupo é o principal opositor ao governo e é composto pelo ganhador do Prêmio Nobel da Paz Mohammed el Baradei, o ex-chefe da Liga Árabe Amr Moussa, e o ex-candidato presidencial Hamdim Sabbahi.
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