O candidato islamita Mohammed Mursi declarou-se vencedor da primeira eleição presidencial livre realizada no Egito, após a queda de Hosni Mubarak, 16 meses atrás. Mas o conselho militar que tem governado o país desde o levante divulgou uma Constituição interina, assim que as urnas foram encerradas, dando aos generais ampla autoridade para manter seu controle no poder, que fica acima da autoridade do chefe de Estado.
Embora os resultados oficiais ainda não tenham sido anunciados, a Irmandade Muçulmana divulgou uma contagem que mostra que Mursi integrante do grupo, conquistou cerca de 52% dos votos, vencendo o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, que teria obtido cerca de 48%. A contagem foi baseada em resultados anunciados por autoridades eleitorais e em sessões eleitorais, onde cada candidato tinha representantes que compilaram e divulgaram os números antes do anúncio formal.
Se a vitória de Mursi for confirmada, esta será a primeira vitória de um islamita como chefe de Estado durante a série de levantes pró-democracia que varreu o Oriente Médio no último ano. Mas a medida de última hora dos militares aumenta a possibilidade de confrontos e de mais tumultos, que assolam o Egito desde a queda de Mubarak.
Ao meio-dia, centenas de partidários de Mursi celebravam agitando bandeiras na Praça Tahrir, centro do Cairo, local de nascimento do levante. As informações são da Associated Press.
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