Histórico
Da queda de Hosni Mubarak à eleição de Mohamed Mursi, entenda como o Egito elegeu seu primeiro presidente
25.jan.2011
No "Dia de Fúria", milhares vão às ruas para exigir a saída de Hosni Mubarak.
11.fev.2011
O ditador egípcio renuncia após 30 anos no poder.
19.mar.2011
Egípcios vão às urnas pela primeira vez.
03.ago.2011
Tem início o julgamento de Hosni Mubarak, no Egito.
25.nov.2011
Junta militar nomeia Kamal Ganzouri, ex-aliado de Mubarak, como premiê.
28.nov.2011
Acontece a eleição que definirá o Parlamento egípcio.
04.dez.2011
Partido Liberdade e Justiça conquista a maioria no Parlamento.
23 e 24.mar.2012
Acontece o primeiro turno do pleito presidencial no Egito.
25.mar.2012
Islamitas conquistam maioria na comissão de cem membros que irá redigir a nova Constituição do país.
02.jun.2012
Mubarak é sentenciado à prisão perpétua por conivência nas mortes de mais de 800 manifestantes.
16.jun.2012
Acontece o segundo turno da eleição presidencial entre Mohamed Mursi e Ahmed Shafik.
19.jun.2012
Agência estatal egípcia Mena anuncia a morte de Mubarak. Mais tarde, a notícia foi negada pelo próprio governo do Egito.
24.jun.2011
É anunciado resultado da eleição presidencial no Egito.
Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, venceu as eleições presidenciais no Egito com 51,7% dos votos do segundo turno, realizado na semana passada, derrotando o ex-general Ahmed Shafik.
A decisão da Comissão Eleitoral não pode ser impugnada nem sofrer apelação por parte dos candidatos, ao ser a última instância responsável pelo pleito. Mursi é o primeiro presidente do Egito após a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, e leva a Irmandade Muçulmana ao poder pela primeira vez nos 84 anos de sua história, a maioria transcorrida na ilegalidade.
No primeiro turno, realizado no fim de maio, Mursi havia recebido 5,76 milhões de votos, contra 5,50 milhões de Shafik. Entre o primeiro e segundo turnos, também aumentou a taxa de participação do eleitorado egípcio, de 46% para pouco mais de 51%. O Egito tem cerca de 82 milhões de habitantes, dos quais 51 milhões estão habilitados a votar. A quase totalidade (90%) da população é muçulmana, com uma parcela de 10% de cristãos.
O conselho militar que tem governado o maior país árabe desde então havia, neste mês, restringido os poderes da presidência. Assim, o chefe do Estado terá de trabalhar com o exército numa planejada constituição democrática.
Festa
Milhares de simpatizantes e seguidores da Irmandade Muçulmana festejaram o resultado na Praça Tahrir, na capital egípcia, com bandeiras do país e com cantos de "Allahu Akbar!" (Deus é grande). "O mundo olha para essa nação como um povo capaz de escolher livremente o seu líder", disse o líder da Irmandade Muçulmana Ahmed Abdelatti, em entrevista, na sede do grupo político.
"O presidente da revolução egípcia, da segunda República, começa o seu trabalho hoje, para implementar o projeto Nahda (renascimento)", afirmou Yasser Ali, da campanha eleitoral de Mursi.
O presidente eleito, de 60 anos, um engenheiro formado nos Estados Unidos, foi preso durante o regime de Mubarak. Ele venceu o primeiro turno das eleições em maio e prometeu formar um governo inclusivo.
O Conselho Militar vai manter o controle do maior Exército do Oriente Médio, cujo principal aliado é os Estados Unidos.
Mursi prometeu respeitar tratados internacionais, principalmente o assinado com Israel em 1979, do qual depende muito da ajuda dos EUA.
"O presidente Mursi vai ter um trabalho duro para controlar os diversos níveis do Estado", afirmou Elijah Zarwan, analista do Conselho Europeu para Relações Internacionais.
"Ele vai provavelmente enfrentar tentativas para minar o seu poder. Frustrações podem levá-lo a cair na armadilha de atuar de forma agressiva, o que seria um erro", acrescentou Zarwan.
"Seu desafio é liderar um país dividido e temeroso para a democracia, sem se tornar um bode expiatório para a continuidade militar", afirmou o analista.
Desde a derrubada de Mubarak, no início de 2011, o país vive um período de intensa perturbação política, agravada pelas condições sociais problemáticas.
Em discurso, Mursi pede unidade nacional
Agência O Globo
Mohamed Mursi, primeiro muçulmano a ser eleito presidente do Egito, disse neste domingo que será um governante "para todos os egípcios" e pediu a unidade nacional, informou a AFP. "Serei um presidente para todos os egípcios", disse Morsi poucas horas depois de ser declarado eleito após uma corrida presidencial acirrada contra Ahmed Shafik, último primeiro-ministro a governar com o presidente deposto Hosni Mubarak.
A eleição dividiu o país entre os que temiam o retorno do velho regime e os que desejavam manter a religião fora da política e temiam que a Irmandade Muçulmana sufocasse as liberdades pessoais. Mursi, que renunciou à Irmandade para assumir o cargo, agradeceu os "mártires" dos levantes pela vitória e ressaltou que "a revolução continua".
MUNDO | 00:39
Veja imagens feitas pelo publicitário curitibano Pericles Kwiatkowski, que estava em Cairo durante o anúncio do resultado das eleições presidenciais no Egito.
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