O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (27), ao lado do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, que "isolamento e punição não levam ao entendimento", ao falar do acordo sobre o programa nuclear iraniano intermediado por Brasil e Turquia há menos de 15 dias. Segundo o presidente, é preciso ter "flexibilidade" para alcançar uma solução negociada com o Irã.
Ele defendeu a aplicação do acordo firmado com o país, que prevê a troca de combustível nuclear. "A Declaração de Teerã é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Queremos superar dogmas e temores", afirmou.
Lula afirmou que as Nações Unidas precisam passar por alterações. "As Nações Unidas requerem reformas para deixarem de ser sombra distoricia de um passado há muito superado", afirmou.
O primeiro-ministro turco defendeu que a comunidade internacional não aplique sanções ao Irã, como proposto pelos Estados Unidos e países europeus.
"Se quisermos evitar a proliferação de armas nucleares temos que tomar vários passos. Aqueles que não têm armas nucleares não devem desenvolvê-las, aqueles que têm, devem reduzir seus arsenais", afirmou o primeiro-ministro turco. "Todos aqueles que falam negativamente são países que têm armas nucleares. Isso é muito contraditório. Queremos um mundo sem armas nucleares."
Erdogan disse que após a assinatura do acordo escreveu cartas para 27 líderes mundiais defendendo as negociações com o Irã. "Temos responsabilidade com essa posição que nós assumimos e que levou a essa vitória diplomática. Aqueles que criticam são invejosos. O que fizemos era certo e trabalhamos aquilo que anteriormente foi exigido e esperado e o que nós conseguimos foi o produto desses esforços", afirmou.
A proposta para trocar urânio de baixo enriquecimento por combustível a ser usado em um reator iraniano de pesquisa médica tem como objetivo tranquilizar os temores de que o Irã estaria tentando acumular material suficiente para produzir armas nucleares. A notificação do acordo foi entregue pelos iranianos à AIEA na segunda-feira.
O acordo é visto com reservas pelos Estados Unidos e países europeus desde seu anúncio. Os pedidos de sanções contra o Irã são liderados pelos Estados Unidos e devem ser debatidos nas Nações Unidas. A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, já se manifestou várias vezes com ceticismo sobre o acordo intermediado pelo Brasil e a Turquia.
Nesta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o que chamou de política do "ou dá ou desce" em relação ao programa nuclear iraniano. Segundo ele, alguns países se recusam a aceitar o acordo com o Irã, intermediado pelo Brasil e pela Turquia, porque, em vez de negociar, querem fazer uma demonstração de "força". O presidente discursou durante a 4ª Conferencia Nacional de Ciencia e Tecnologia, em Brasília.
Nas vésperas que eu estava lá [no Irã], tinha gente dizendo Ah, o Lula é inocente, o Lula não sabe nada. Porque tem gente que ao invés de sentar na mesa para negociar prefere mostrar Eu tenho força, ou dá ou desce!. Eu não sou assim. Comigo ninguém dá e todo mundo desce. Esse é o meu lema", disse.
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