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Rastro de fumaça deixado por um foguete lançado do norte da Faixa de Gaza, em direção a Israel. Último cessar-fogo em nome de ajuda humanitária não impediu bombardeios dos dois lados | Baz Ratner/Reuters
Rastro de fumaça deixado por um foguete lançado do norte da Faixa de Gaza, em direção a Israel. Último cessar-fogo em nome de ajuda humanitária não impediu bombardeios dos dois lados| Foto: Baz Ratner/Reuters

Saída

Governo dos EUA está ajudando americanos a deixar Faixa de Gaza

O Departamento de Estado dos EUA informou ontem que está auxiliando cidadãos americanos a deixar a Faixa de Gaza, em meio aos confrontos entre milícias palestinas e o Exército de Israel.

O Consulado Geral americano em Jerusalém já começou o processo de evacuação de 150 cidadãos, acompanhados pelas famílias, que estão sendo transferidos para Jordânia de ônibus, de acordo com a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

"É um processo que está em andamento", anunciou a assessora, que revelou que o consulado enviou uma mensagem no dia 10 de julho para aqueles que precisassem de assistência para deixar a Faixa de Gaza. Cerca de 300 solicitações foram recebidas. "Seguimos comprometidos com a comunidade local para garantir que possamos auxiliar a maior quantidade possível de cidadãos americanos", afirmou Psaki.

Ao menos 205 palestinos morreram — a maioria civis, sendo 40 crianças — e mais de 1.500 ficaram feridos na operação israelense "Limite Protetor" em Gaza, que chegou ontem ao nono dia, segundo dados do Ministério da Saúde palestino.

A porta-voz reiterou que os EUA trabalham para que ambas as partes aceitem um cessar-fogo, como o que propôs esta semana o Egito, que obteve sinal verde de Israel e da comunidade internacional, mas não do Hamas.

"Queremos ver o fim das tensões no território. É de interesse para todas as partes", disse a assessora americana. Por isso, o secretário de Estado John Kerry continua em negociações com os líderes da região de modo a fazer pressão pelo cessar-fogo.

Os EUA não têm contato direto com o Hamas, que consideram um grupo terrorista.

Reservistas

O governo de Israel autorizou ontem a mobilização de outros 8 mil reservistas para uma eventual operação terrestre na Faixa de Gaza, informou a imprensa israelense. A decisão foi tomada depois de um telefonema entre os membros do gabinete para assuntos de segurança, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e do qual fazem parte os ministros mais importantes. A autorização se soma a outra dada na semana passada, na qual o exército alistava 40 mil reservistas.

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Israel aceitou um pedido da ONU para declarar uma "trégua humanitária" hoje. O objetivo é abastecer a Faixa de Gaza e permitir a evacuação dos feridos. A trégua, que terá duração de seis horas, foi pedida pelo enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, informou ontem o site do jornal Yedioth Ahronoth.

Outros meios de comunicação apontam que a trégua foi solicitada por causa da morte de seis menores ontem, quatro deles numa praia de Gaza, em bombardeios das forças israelenses. As fontes indicam, no entanto, que a evolução da trégua dependerá de se o Hamas e as outras milícias palestinas a aceitem também.

Em ofensivas militares anteriores em Gaza, períodos similares de trégua foram declarados para levar remédios e abastecer os hospitais lotados, embora às vezes as provisões tenham chegado em meio a ataques mútuos porque o cessar-fogo não durou o tempo estipulado.

Os hospitais de Gaza estão transbordados pela entrada de mais de 1.500 feridos, vítimas dos bombardeios israelenses, e, segundo diversas organizações humanitárias, começam a escassear os remédios e equipamentos médicos mais básicos.

A situação humanitária na Faixa de Gaza piorou consideravelmente após nove dias de ofensiva militar israelense, que provocou também danos materiais a infraestruturas vitais e sanitárias que poderiam afetar inclusive os recursos de abastecimento de água.

O sul da Faixa está também às escuras porque há poucos dias um foguete palestino derrubou uma torre de eletricidade que abastecia essa zona desde Israel, que alega que não a consertará enquanto não puder garantir a segurança dos operários na área fronteiriça.

A tudo isso se somou uma drástica redução do abastecimento de produtos de primeira necessidade, entre eles gasolina, através da passagem fronteiriça de Keren Shalom, que funciona com capacidade reduzida devido aos incessantes lançamentos de foguetes palestinos em toda a zona ao redor da Faixa de Gaza.

Ação mira o Hamas, mas acerta crianças

O exército de Israel informou que investiga o ataque aéreo que matou ontem quatro crianças em uma praia de Gaza. Os resultados preliminares indicam que o alvo era um membro do grupo extremista Hamas.

As crianças brincavam quando um primeiro míssil caiu na areia e, ao fugirem correndo, um segundo disparo as acertou, segundo a versão das testemunhas. Outras 12 crianças ficaram feridas na praia, que fica perto do hotel onde estão hospedados muitos jornalistas internacionais, e a mais de 300 metros de prédios residenciais.

Em comunicado enviado por SMS, o exército também acusou o Hamas de se misturar com a população civil.

"O exército não tem intenção alguma de causar danos aos civis envolvidos pelo Hamas no combate urbano", diz a mensagem.

"Estamos investigando com cuidado o incidente em questão. De acordo com os resultados preliminares, o objetivo do ataque era um membro do Hamas. A informação sobre vítimas civis é um trágico resultado."

O comunicado afirma ainda que "a cínica exploração do Hamas de uma população refém fez com que o exército israelense abortasse várias operações contra alvos terroristas. A investigação segue em curso".

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