Soldados israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza: ataques continuam a ser frequentes| Foto: Amir Cohen/Reuters

Dois altos oficiais israelenses foram repreendidos pelo comando do Exército por aprovar o uso de bombas incendiárias contra uma área densamente habitada durante a sua ofensiva militar na faixa de Gaza, no início do ano passado.

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A informação, até agora desconhecida, consta da longa e de­­talhada resposta do governo israelense ao relatório Goldsto­­ne, no qual a comissão da ONU que in­­vestigou a operação militar acusa Israel de crimes de guerra, en­­tre eles o uso de munição proibida.

A reprimenda recebida pelos dois oficiais representa a primeira admissão por parte de Israel de que o uso irregular de artilharia colocou civis em risco durante os ataques em Gaza.

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Até agora a pos­­tura israelense vinha sendo a de negar com veemência as alegações do relatório Goldstone, o qual acusa de má-fé.

O episódio em questão, um dos mais polêmicos da ofensiva a Ga­­za, ocorreu em 15 de janeiro de 2009, quando a artilharia israelense atingiu instalações da UNRWA, agência de assistência da ONU, com bombas de fósforo branco. Três pessoas ficaram feridas e suprimentos foram inutilizados.

A munição é autorizada pelas convenções internacionais apenas para produzir fumaça, mas não para lançamento em áreas habitadas. Israel alega que combatentes do Hamas abriram fogo perto das instalações da ONU, de­­flagrando a resposta que acabou atingindo o prédio da ONU e os civis.

"As regras de combate proíbem o uso desse tipo de artilharia perto de áreas habitadas", diz a resposta israelense. "Com base nessas descobertas, o chefe do Co­­mando Sul repreendeu um general de brigada e um coronel por excessos em sua autoridade de uma forma que ameaçou as vidas de outros."

Os nomes dos oficiais não são mencionados no documento, mas, segundo o jornal Haaretz, eles são o coronel Ilan Malka e o general Eyal Eisenberg, esse último o comandante das forças israelenses em Gaza durante a operação.

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A revelação causou surpresa e irritação no Exército israelense, além de novos desmentidos. O comando militar negou que os dois oficiais tenham sido punidos ou mesmo repreendidos, como consta da resposta oficial de Israel.