A direita radical de Israel poderia voltar a retomar os ataques armados para inviabilizar qualquer acordo pelo qual a Cisjordânia ocupada possa ser cedida aos palestinos, disse neste domingo a autoridade encarregada da segurança dos líderes israelenses.

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"Nós percebemos a disposição na extrema direita para retomar o uso de armas com a intenção de impedir o progresso no processo diplomático," afirmou o chefe da agência de inteligência doméstica Shin Bet, Yuval Diskin, em uma reunião do gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert.

Uma fonte do Shin Bet que passou à Reuters comentários feitos por Diskin na reunião disse que faltou pouco para ele prever que colonos ou seus partidários iriam tentar matar políticos israelenses.

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O dia 4 de novembro é o aniversário do assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, em 1995, por um judeu ultranacionalista que disse ter realizado o ataque para sustar os esforços palestino-israelenses de troca de terra por paz.

Na Cisjordânia ocupada, a violência dos colonos contra palestinos e forças de segurança israelenses tem aumentado. Olmert reiterou na sessão do gabinete que tais ataques são "intoleráveis."

Líderes dos colonos condenam a violência, mas não fazem segredo da oposição de sua comunidade à remoção de assentamentos --considerados ilegais-- para abrir caminho a um Estado palestino.

O gabinete aprovou uma série de medidas contra postos avançados construídos por colonos israelenses na Cisjordânia sem autorização governamental, entre as quais a repressão contra os infratores da lei e a interrupção de qualquer apoio ao financiamento ou infra-estrutura dessas edificações.

Anteriormente Israel não cumpriu antigas promessas feitas ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de remover dezenas de postos de colonos na Cisjordânia, fato que complicou as negociações para um acordo de paz, apoiadas pelos EUA.

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Olmert disse recentemente que Israel teria de retirar-se de quase todo o território capturado na guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias). Mas atualmente ele está cumprindo o mandato como interino, depois de ter renunciado em setembro por causa de um escândalo de corrupção. O acordo de paz que Israel e os palestinos esperavam concretizar este ano parece fora de alcance nos próximos meses.

Olmert continuará como primeiro-ministro até a formação de um novo governo, após a eleição parlamentar de 10 de fevereiro.

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