Tropas mecanizadas de Israel estão posicionadas na fronteira com a Faixa de Gaza; invasão é iminente| Foto: EFE
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As Forças de Defesa de Israel anunciaram na tarde deste sábado (14) que está se preparando para realizar ofensivas abrangentes por terra, ar e mar para combater terroristas do Hamas e tentar libertar reféns israelenses. Em comunicado, Israel disse que a ênfase será em "operações terrestres significativas".

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O anúncio ocorre em meio à expectativa de uma invasão terrestre iminente à Faixa de Gaza envolvendo centenas de milhares de combatentes israelenses. Mas não foi mencionado quando a ofensiva deve começar.

Autoridades israelenses divulgaram uma nota afirmando que "equipamentos essenciais de combate já foram enviados" para localidades relevantes para a invasão terrestre. "Batalhões e soldados das Forças de Defesa de Israel foram posicionados estrategicamente pelo país e estão aumentando sua prontidão operacional para os próximos estágios da guerra, com ênfase em operações terrestres significativas", diz o comunicado.

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O anúncio ocorre um dia depois de Israel ordenar que a população civil palestina se retire das regiões norte e central da Faixa de Gaza e se dirija para o sul. Em tese, o deslocamento total envolveria mais de um milhão de pessoas - o que não é considerado factível pela ONU. Mesmo assim, milhares de pessoas se tentam desde sexta-feira deixar o norte do território.

O comunicado não fala especificamente da Faixa de Gaza, dizendo apenas que a ação militar será abrangente e incluirá ações aéreas em marítimas. Ainda não está claro se Israel está preparando uma operação limitada, que dure apenas algumas semanas, ou uma ocupação prolongada.

Segundo o analista de riscos e major da reserva do Exército, Nelson Ricardo Fernandes, não é possivel descartar a hipótese de que, além de desarticular o Hamas, Israel anexe parte da Faixa de Gaza a seu território.

A Faixa de Gaza é um território de 365 quilômetros quadrados no sudoeste de Israel habitada por cerca de 2,3 milhões de palestinos. A área é controlada politicamente pelo grupo terrorista Hamas desde 2006.

A nota divulgada por Israel da a entender que embora os recursos básicos de combate já estejam posicionados e prontos para o ataque, ainda está em andamento a preparação de linhas logísticas para abastecimento das tropas. Possivelmente, as tropas só devem avançar sobre território palestino quando as linhas logísticas estiverem prontas.

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Enquanto isso, segue no oitavo dia uma campanha de bombardeio aéreo e de artilharia em território ocupado pelo Hamas. Entre os objetivos principais desse ataque preparatório estão dificultar a logística e tentar cortar as comunicações do Hamas no terreno, segundo afirmou o analista militar Paulo Roberto da Silva Gomes Filho.

Os terroristas do Hamas atuam como uma força irregular (de guerrilha) e acredita-se que não possuam blindados ou aviação. Os bombardeios israelenses também visam destruir centros de controle subterrâneos do Hamas e baterias usadas no lançamento de foguetes.

Autoridades palestinas dizem que mais de 2.200 pessoas morreram nos bombardeios. A ofensiva israelense foi provocada por um ataque terrorista de grandes proporções realizado no último sábado (7) que deixaram mais de 1.300 mortos em Israel.