Jerusalém (AFP / Reuters) – O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, aprovou ontem sanções econômicas contra a Autoridade Palestina (AP), dominada pelo Hamas e classificada pelo premier de "autoridade terrorista que Israel não a aceitará". "Está claro que com a maioria do Hamas no parlamento palestino e a formação de um governo sob a direção do Hamas, a Autoridade Palestina se tornou, de fato, uma autoridade terrorista, e Israel não a aceitará", declarou Olmert no início da reunião semanal de seu gabinete, segundo a rádio pública israelense.

CARREGANDO :)

Entre as medidas decididas por Israel está o congelamento da transferência mensal de cerca de US$ 50 milhões de fundos correspondentes ao reembolso dos direitos de aduana e de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre os produtos destinados à Cisjordânia e à Faixa de Gaza, informou a rádio pública. Esses fundos representam cerca de 30% do orçamento da AP e permitem o pagamento dos salários de cerca de 140 mil funcionários, incluindo 60 mil policiais e membros dos serviços de segurança. Além disso, o governo também examina a possibilidade de proibir que os palestinos trabalhem em território israelense. Cerca de 15 mil palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza dispõem atualmente de permissão de trabalho em Israel.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse ontem que as restrições financeiras de Israel e dos EUA depois da formação do novo parlamento liderado pela Hamas levou a AP a uma "crise financeira". "Infelizmente, a pressão começou e o auxílio e a ajuda começaram a diminuir... assim, estamos atualmente em uma crise financeira real", disse Abbas a repórteres em Gaza.

Publicidade

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, acrescentou que "nos últimos dias, fizemos uma série de discussões para determinar a posição de Israel após a mudança ocorrida na Autoridade Palestina. Israel não fará concessões ao terrorismo e seguirá atuando contra ele com toda a força necessária." Olmert ressaltou, no entanto, que Israel não tem "qualquer intenção de causar prejuízo às necessidades humanitárias da população palestina". "Israel não terá contatos com um poder integrado pelo Hamas, seja de forma limitada ou determinante", disse Olmert. "Como anunciamos logo depois das eleições palestinas, após o final do período do governo de transição, Israel deixará imediatamente de enviar fundos à Autoridade Palestina", garantiu.

Os EUA, maior aliado de Israel, também pediram à AP que devolva o auxílio de US$ 50 milhões para garantir que o dinheiro não chegue ao Hamas.

O gabinete do primeiro-ministro em exercício indicou, em um comunicado, que "impedirá o envio de material e de ajuda aos serviços de segurança palestinos (...) assim como os movimentos de indivíduos vinculados ao Hamas, incluindo seus representantes eleitos, nos setores sob controle israelense". Também decidiu que os controles de segurança nas estradas serão muito mais rigorosos, tanto para as pessoas, como para as mercadorias.