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O governo de Israel aprovou nesta terça-feira (26) um acordo de cessar-fogo de 60 dias com o Hezbollah no Líbano, que entrará em vigor às 4h da manhã (horário local) desta quarta-feira (27) - 23h de terça em Brasília. Mais cedo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu destacou que o acordo inclui a condição de Israel manter "liberdade de ação" para responder a qualquer violação por parte do grupo terrorista.
“A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano, e manteremos total liberdade de movimento”, afirmou Netanyahu em um pronunciamento realizado nesta terça, após uma reunião do gabinete de segurança que deliberou sobre os termos do acordo proposto pelos Estados Unidos.
"O gabinete político e de segurança aprovou na noite de hoje [terça] a proposta dos Estados Unidos para um acordo de cessar-fogo no Líbano, com a maioria de 10 ministros a favor e um contra. Israel aprecia a contribuição dos Estados Unidos no processo e mantém seu direito de agir contra qualquer ameaça à sua segurança", diz um comunicado do gabinete de Netanyahu anunciando a aprovação.
O acordo está dividido em três etapas: uma trégua inicial, seguida pela retirada do Hezbollah para ao norte do rio Litani, mais distante da fronteira com Israel, e a retirada completa das tropas israelenses do sul do Líbano em até 60 dias. O acordo também prevê negociações sobre a demarcação da fronteira entre os dois países, atualmente regulada por um limite estabelecido pela ONU após a guerra de 2006.
Netanyahu enfatizou que o acordo será rompido caso o Hezbollah realize novos ataques diretos contra Israel ou tente reconstruir sua infraestrutura militar.
“Se o Hezbollah tentar renovar a infraestrutura terrorista perto da fronteira, nós atacaremos. Se lançar foguetes, cavar túneis ou transportar mísseis, nós atacaremos”, alertou o premiê.
Apesar da aprovação, o acordo enfrentou resistência interna. Prefeitos das comunidades do norte de Israel, que permanecem evacuadas, expressaram descontentamento devido à falta de garantias de segurança para o retorno dos moradores. Alguns membros da linha-dura do governo de Netanyahu, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, manifestaram ceticismo com a proposta, afirmando que ela era um “erro histórico”.
Por outro lado, Netanyahu defendeu o cessar-fogo como uma decisão estratégica.
“Desde o segundo dia da guerra, o Hamas contou com o Hezbollah para lutar ao seu lado. E quando o Hezbollah está fora de cena, o Hamas fica sozinho na campanha. Nossa pressão sobre ele [Hamas] aumentará e isso contribuirá para a missão sagrada de libertar nossos reféns”, disse ele mais cedo.
O cessar-fogo contou com apoio direto dos Estados Unidos e terá a França como o país que irá garantir a situação de estabilidade no Líbano, apesar de Israel não concordar com essa situação. Israel e o governo francês viveram tensões diplomáticas recentes. Os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron devem anunciar formalmente o acordo ainda hoje.
Durante este conflito, o Hezbollah sofreu pesadas perdas, incluindo a eliminação de 80% de sua liderança, e viu grande parte de sua infraestrutura militar destruída. Netanyahu afirmou que o grupo foi “retrocedido milhares de anos” e está mais enfraquecido do que nunca.