O Exército israelense atacou nas últimas horas três bases militares da milícia xiita Hezbollah no sul do território libanês, em um momento de tensão máxima nos três meses de troca de disparos na fronteira entre os lados.
A aviação israelense realizou ações na manhã desta quarta-feira (10) contra infraestruturas terroristas e um complexo militar na área de Labbouneh; um complexo militar em Naqura, bem como um centro de comando militar em Kfarchouba durante a noite de ontem (9).
De acordo com um comunicado militar, projéteis foram disparados de Naqura em direção ao território israelense. Além disso, ainda nesta terça (9), a artilharia israelense destruiu postos de observação do Hezbollah na área de Khiam, no sul do Líbano, em resposta a vários lançamentos de foguetes, projéteis e drones contra Tel Aviv. “A atual atividade terrorista do Hezbollah e os ataques contra Israel violam a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”, disse o Exército israelense.
Estes ataques contra as bases do Hezbollah seguem-se aos de ontem, quando o Exército israelense alegou ter matado um comandante da sua unidade aérea no sul do Líbano, Ali Hussein Barji, a quem acusou de ter lançado numerosos drones explosivos contra Israel, embora o grupo xiita tenha posteriormente negado que ele havia morrido.
O ataque a Barji ocorreu durante o funeral de Wisam Hasan Taweel, comandante sênior das forças especiais de elite Radwan, o membro mais graduado do Hezbollah morto nesta semana, quando um míssil israelense atingiu seu veículo.
A escalada da tensão entre Israel e o Líbano tem aumentado desde terça-feira da semana passada, quando um ataque de drone em Beirute atribuído a Israel matou o número dois do Hamas, Saleh al Arouri.
Desde então, foram reavivados os receios de que uma guerra maior pudesse eclodir entre os dois lados, como uma segunda frente de batalha do conflito na Faixa de Gaza.
A fronteira entre Israel e o Líbano vive seu pico de tensão mais elevado desde 2006, com uma intensa troca de tiros durante três meses que custou a vida a mais de 200 pessoas. Em Israel, 13 pessoas morreram na fronteira norte, nove soldados e quatro civis; enquanto no Líbano foram confirmadas as mortes de 21 civis.