Militares israelenses voltaram a atingir alvos palestinos nesta quinta-feira, 17, na Faixa de Gaza pela segunda vez desde que um frágil cessar-fogo encerrou o conflito de 11 dias no mês passado. A ação seria uma resposta ao lançamento de balões carregados de explosivos feito do enclave controlado pelo Hamas ao longo do dia, pelo terceiro dia seguido, contra o sul de Israel. Os balões causaram ao menos oito incêndios e foram contidos sem deixar vítimas.
Não houve relatos imediatos de vítimas dos ataques israelenses, que foram noticiados pela mídia local e puderam ser ouvidos na Cidade de Gaza. Israel também realizou ataques aéreos na manhã de quarta-feira, tendo como alvo o que diz ser instalações do Hamas, sem deixar vítimas.
Os caças da Força Aérea de Israel atingiram complexos militares do Hamas na Faixa de Gaza na noite entre terça e quarta-feira, também em resposta a balões carregados de explosivos lançados durante o dia. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que os compostos atingidos na primeira noite eram usados, segundo ele, por agentes terroristas em Khan Yunis e na cidade de Gaza. Ele afirmou na ocasião que os militares estavam preparados para todos os cenários, incluindo a renovação dos combates.
As ações de terça-feira marcaram a primeira escalada da violência desde que um cessar-fogo encerrou 11 dias de conflito entre Israel e o Hamas no mês passado, no qual 13 israelenses e pelo menos 248 palestinos foram mortos. Tanto Israel quanto o Hamas disseram que o cessar-fogo negociado pelo Egito era frágil.
Mais cedo, nesta quinta-feira, a polícia israelense usou granadas de atordoamento e um canhão d'água para dispersar manifestantes palestinos do Portão de Damasco, em Jerusalém, o epicentro de semanas de protestos e confrontos com a polícia no período que antecedeu o último confronto de Gaza. Depois que a multidão se dispersou, os palestinos puderam ser vistos jogando pedras e garrafas de água contra judeus ultraortodoxos que caminhavam na área.
Pedidos circularam na internet para que manifestantes se reunissem no Portão de Damasco em resposta a uma manifestação realizada lá por ultranacionalistas judeus na terça-feira, na qual dezenas de israelenses gritaram "morte aos árabes" e "que sua vila seja queimada". A polícia liberou a praça à força e forneceu segurança para a manifestação, parte de um ato para celebrar a conquista de Israel de Jerusalém Oriental.
Em um incidente separado, um adolescente palestino morreu na quinta-feira após ser baleado por soldados israelenses na Cisjordânia ocupada durante um protesto contra um posto avançado de assentamento, o quarto manifestante a ser morto desde que o posto foi estabelecido no mês passado.
Os militares israelenses disseram na quarta-feira que um soldado estacionado perto do posto avançado na Cisjordânia viu um grupo de palestinos se aproximando e que um deles teria atirado um objeto suspeito contra ele, que explodiu do seu lado.
O Exército disse que o soldado atirou para o alto e, depois, contra o palestino que jogou o objeto. O Ministério da Saúde palestino disse na quinta-feira que Ahmad Shamsa, de 15 anos, morreu em decorrência de um ferimento à bala.
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