Israel autorizou a entrada na Faixa de Gaza de material de construção para o setor privado pela primeira vez desde que o grupo islamita Hamas assumiu o controle do território palestino em junho de 2007.
De acordo com o comunicado da Coordenação das Atividades do Governo israelense nos Territórios ocupados palestinos (COGAT, na sigla em inglês) dezenas de caminhões carregados com materiais de construção que serão usados na reforma de dez fábricas em Gaza estão fazendo a entrega das mercadorias desde terça-feira. Fontes do Hamas confirmam o recebimento de cimento e outros insumos.
Nos últimos quatro anos e meio, as autoridades israelenses só permitiam a entrada desses produtos na Faixa para uso em projetos desenvolvidos por organizações e agência internacionais.
A restrição de Israel foi justificada pela preocupação do uso dos materiais por milícias palestinas que dispararam foguetes contra cidades israelenses na fronteira com Gaza.
As fábricas que serão reconstruídas foram danificadas na ofensiva militar israelense ocorrida entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, em resposta ao disparo de dezenas de foguetes contra seu território.
Empresários do setor privado palestino estiveram no domingo com oficiais israelenses na passagem da fronteira de Erez, ao norte da Faixa, para preparar a operação.
O vice-presidente da União Palestina de Empresários Industriais, Ali al Hayek, disse que "o alívio do bloqueio vai incluir ainda a exportação de produtos de Gaza para Israel, Cisjordânia e Europa".
A permissão de envio de materiais de construção e a possibilidade de que palestinos possam exportar produtos agrícolas à Europa nas próximas semanas foram negociadas por Israel com diferentes mediadores internacionais, entre eles, o Quarteto para o Oriente Médio, integrado pelos Estados Unidos, a União Europeia, a ONU e a Rússia.
Israel proibiu a entrada de materiais de construção após o Hamas tomar o território em 2007, mas aliviou o bloqueio permitindo o ingresso de alguns produtos antes proibidos depois do ataque marítimo ao comboio humanitário a Gaza em 2010, no qual morreram nove ativistas turcos.
A diretora da organização israelense pró-direitos humanos Gisha, que supervisiona o bloqueio a Gaza, Sari Bashi lamentou que a nova medida não seja suficiente para aliviar a situação econômica que sofre o território palestino, onde vivem 1,6 milhão de pessoas.
"A medida é a exceção que confirma a regra", disse Bashi à Agência Efe, ao lembrar que o Governo do Hamas consegue mais materiais de construção através dos túneis que ligam Gaza ao Egito do que os que entram a conta-gotas pelas passagens da fronteira com Israel.
"Israel argumenta que a restrição se fundamenta em sua preocupação que as milícias possam construir bunkers com cascalho e cimento, mas o Hamas consegue comprar muitos materiais de construção para Gaza que não chegam ao setor privado", denunciou.
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