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Palestina exibe cartaz de protesto contra a prisão administrativa de Hanaa Chalabi, que está em greve de fome | Mahmud Hams/AFP
Palestina exibe cartaz de protesto contra a prisão administrativa de Hanaa Chalabi, que está em greve de fome| Foto: Mahmud Hams/AFP

Protesto

Tribunal rejeita apelação de palestina em greve de fome Ramallah

AFP

Um tribunal militar israelense rejeitou ontem um recurso apresentado pela prisioneira palestina Hanaa Chalabi, que está em greve de fome há 39 dias.

"Vamos recorrer à Suprema Corte", declarou o advogado Jawad Bulos, antes de confirmar que Hanaa Chalabi "prosseguirá com a greve de fome".

A mulher, de 30 anos, apelou contra uma ordem de detenção administrativa – sem indiciamento nem julgamento – de seis meses, reduzida depois a quatro meses.

Hanaa Chalabi, detida em 16 de fevereiro na Cisjordânia e hospitalizada em caráter de urgência esta semana, integrava o grupo de 27 mulheres libertadas durante a troca de 1.027 presos palestinos pelo soldado israelense Gilad Shalit, que passou mais de cinco anos como refém na Faixa de Gaza.

Chalabi havia passado mais de dois anos na prisão sem julgamento. Com a greve de fome, ela protesta contra a permanência na prisão administrativa e contra a violência que diz ter sofrido durante a detenção.

O governo de Israel cortou ontem relações com o Conselho de Direi­­tos Humanos da ONU, em reação à decisão do órgão de criar comissão para investigar os assentamen­­tos judaicos nos territórios ocupados.

Israel anunciou ainda que não permitirá a visita da comissão ao país e que estuda sanções à Au­­to­­ridade Nacional Palestina (ANP), que articulou a votação na ONU.

O governo israelense acusa o CDH, com sede em Genebra, de agir com "maioria automática" para condenar o país, com o voto dos países muçulmanos e a cooperação da maioria dos emergentes. Na sessão que aprovou a comissão, na semana passada, houve 36 votos a favor, 10 abstenções e só 1 voto contra, dos EUA.

Israel não integra o CDH, mas pode acompanhar sessões e fazer intervenções por ser membro da ONU. O embaixador israelense em Genebra foi orientado a suspender a cooperação e não atender nem a telefonemas do CDH.

O rompimento foi condenado na imprensa israelense, pelo risco de reforçar o isolamento diplomático do país. Mas o porta-voz do mi­­nistério das Relações Exteriores do país, Yigal Palmor, minimizou os possíveis danos. "Concluímos que tudo o que fa­­zemos não adian­­ta nada, simplesmente ignoram o que dissemos e fazemos", disse. "Se o conselho não coopera conosco, não vamos cooperar com ele", acrescentou.

Para ressaltar o argumento de que o CDH é tendencioso, Palmor disse que, de 82 condenações apro­­vadas desde 2006, 46 foram contra Israel, 5 contra a Síria e 2 contra o Irã. Ele confirmou que a mis­­são da ONU será barrada.

Os palestinos festejaram a criação da comissão como mais uma vitória em sua campanha para pressionar Israel. Em 2011, a tentativa de reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU foi barrada no Conselho de Se­­gurança, mas em seguida a Unes­­co se tornou a primeira agência da ONU a fazê-lo.

Nabil Shaath, um dos principais dirigentes da ANP, disse que a recusa de Israel em cooperar não bloqueará a investigação. Segun­­do ele, mapas e fotos estão sendo preparados para a análise da ONU: "Iremos a qualquer órgão internacional que possa investigar e im­­por sanções".

Em Jerusalém Oriental e na Cis­­jordânia, áreas ocupadas por Is­­rael desde 1967, vivem cerca de 500 mil judeus, em assentamentos que a ONU considera ilegais. A presidente do CDH, a uruguaia Laura Lasserre, la­­mentou o afastamento. "É do interesse de Israel cooperar com o CDH nessa investigação, para explicar suas políticas e ações", disse.

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