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Ameaça

Ataque ao Irã teria apoio de 41% dos israelenses, revela pesquisa

O governo de Israel teria um apoio interno significativo para um ataque militar contra as instalações nucleares do Irã, de acordo com uma pesquisa publicada ontem no diário Haaretz. A pesquisa foi publicada logo após relatos de que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tenta convencer o gabinete de ministros a autorizar um bombardeio contra o Irã. A sondagem do Instituto Dialog mostrou que 41% dos entrevistados apoiariam um ataque ao Irã, enquanto 39% seriam contrários. Cerca de 20% estão indecisos.

Embora os resultados pareçam mostrar uma opinião nacional dividida, o fato de 4 em 10 dez israelenses apoiarem um bombardeio contra usinas nucleares do Irã é surpreendente, dadas as implicações que tal ato teria para Israel.

Na quarta-feira, o comando militar do Irã ameaçou uma retaliação feroz contra Israel se houver um ataque às instalações nucleares do Irã.

"Há oito anos nós escutamos ameaças de Israel", disse ontem o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Saleh, ao jornal turco Hürriyet, durante a Conferência de Istambul para o Afeganistão. "Nós podemos defender o nosso país e estamos muito confiantes disso". Saleh também alertou os Estados Unidos a ficarem longe da política do Oriente Médio. "Os EUA perderam a sabedoria e a cautela nas relações internacionais", afirmou.

Israel suspendeu ontem o pagamento de sua contribuição à Or­­ganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O corte é uma retaliação à decisão do órgão de admitir a Palestina como membro pleno.

O valor da contribuição israelense, paga pelo Ministério da Edu­­cação, é de cerca de US$ 2 mi­­lhões, US$ 1,6 milhão em cotas e US$ 400 mil para programas especiais, explicou o porta-voz do Mi­­nistério das Relações Exteriores, Yigal Palmor. "A cota de Israel para o ano em curso já foi paga e a de 2012 normalmente deveria ser transferida antes do final de dezembro", disse Palmor.

A Unesco decidiu na segunda-feira em Paris aceitar a admissão da Palestina como membro de ple­­no direito por 107 votos a fa­­vor, 52 abstenções e 14 votos contra.

O gabinete de Netanyahu considerou que "iniciativas como esta não fazem avançar o processo de paz, e, pelo contrário, distancia". "O único caminho para al­­cançar a paz é através de negociações diretas sem condições prévias", acrescentou. O bloqueio da contribuição is­­raelense à Unesco se junta às sanções decretadas pelo Estado he­­breu contra a Autoridade Pales­­tina: construção de 2 mil residências em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada e bloqueio provisório dos fundos à organização do presidente palestino Mah­­mud Abbas.

ONU

Os palestinos não se contentarão com nada aquém de uma filiação plena à Organização das Nações Unidas (ONU) e rejeitam a promoção ao status de Estado observador na entidade, disse ontem o chanceler Riyad al-Malki.

Os palestinos formalizaram em setembro seu pedido de adesão plena à ONU, contrariando os alertas em contrário dos Estados Unidos e de Israel, que dizem que o reconhecimento da Palestina independente deve ocorrer por meio de negociações.

Washington já disse que usará seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir a adesão palestina à entidade.

Havia a expectativa de que, tendo a adesão plena rejeitada, os palestinos solicitariam o status de Estado observador. Mas, falando a jornalistas em Ramallah, Malki disse que esse status já poderia ter sido obtido há muito tempo, e agora não interessa mais.

Atualmente, a Autoridade Pa­­lestina comparece à ONU na qualidade de entidade observadora.

"Não queremos, após todas essas lutas, sacrifícios e esforços de todo o povo palestino, aceitar um status de Estado ob­­servador nas Nações Unidas. Não vamos aceitar menos do que merecemos: Estado membro pleno", afirmou.

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