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Uma unidade de artilharia móvel de Israel dispara em direção à Faixa de Gaza: pelo menos 500 palestinos morreram no conflito atual, enquanto o lado israelense teve 27 mortos | Nir Elias/Reuters
Uma unidade de artilharia móvel de Israel dispara em direção à Faixa de Gaza: pelo menos 500 palestinos morreram no conflito atual, enquanto o lado israelense teve 27 mortos| Foto: Nir Elias/Reuters

Por quê?

Para o líder do Hamas, objetivo é encerrar bloqueio contra Gaza

Agência Estado

O principal líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, indicou ontem que o grupo militante islâmico não vai concordar com um cessar-fogo incondicional com Israel, afirmando que o objetivo do atual confronto é encerrar o bloqueio ao território costeiro palestino, que já dura sete anos. As declarações de Haniyeh foram feitas no momento em que o secretário-geral da (ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encaminham para o Cairo, onde intensificarão os esforços diplomáticos para um cessar-fogo. Pelo menos 540 palestinos e 20 israelenses foram mortos nas duas últimas semanas de confrontos. O bloqueio foi imposto por Israel e pelo Egito depois de o Hamas tomar o controle de Gaza em 2007. No último ano, o Egito intensificou as restrições, o que levou o Hamas a uma profunda crise financeira. Em discurso transmitido ontem pela televisão, Haniyeh disse que "não podemos voltar atrás, não podemos voltar ao silêncio da morte" do bloqueio.

  • Israelenses protestam em favor da ofensiva contra a Faixa de Gaza, em Tel Aviv

A explosão de um prédio residencial conhecido como Torre Salam deixou ontem dezenas de mortos em Gaza. O correspondente da rede americana NBCNews, Richard Engel, afirmou por meio de sua conta do Twitter que muitos apartamentos do prédio foram destruídos e que, segundo testemunhas, mais de 20 corpos já teriam sido resgatados, enquanto muitas pessoas ainda estão soterradas pelos destroços da explosão.

"Tratores tiveram que desobstruir as imediações do prédio para que as ambulâncias pudessem se aproximar. Equipes de resgate e voluntários entram no prédio, que continua a desabar sobre eles", afirmou Engel no Twitter.

"Os tanques israelenses ainda não chegaram ao nosso distrito, mas vemos os foguetes caindo sobre os bairros vizinhos", afirmou a estudante universitária Haithem Fathi ao jornal britânico The Guardian. "Moro em Muhrart Muraj, que fica entre o centro de Gaza e o litoral. Esperamos que os tanques cheguem em breve, mas estamos dispostos a permanecer aqui independentemente das circunstâncias. Estávamos morrendo aos poucos por causa do embargo e dos bloqueios nas fronteiras, mas a resistência está exigindo acesso ao porto para reverter o embargo. Sofremos muito nos últimos oito anos, e não podemos mais tolerar esse cenário."

Ontem, dez organizações não-governamentais israelenses condenaram a ofensiva na Faixa de Gaza, afirmando que as forças de defesa de Israel estão violando direitos humanos e que 70% das vítimas desde o início da ofensiva são civis. "A violência deve parar. Deve parar imediatamente. O que temos visto nos últimos dias é inaceitável", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, após duas semanas de um conflito que já causou a morte de mais de 500 palestinos em Gaza.

A Casa Branca pressionou Israel para que tome medidas para evitar a morte de civis palestinos. O presidente Barack Obama, que reforçou a noção de que Israel tem o direito de se defender dos ataques com mísseis do Hamas, expressou preocupações sérias com o número de vítimas dos dois lados.

Autoridades buscam efetivar cessar-fogo

A impressão é de que o mundo acordou para o conflito no Oriente Médio com duas semanas de atraso. Em meio a rumores de que um acordo de cessar-fogo seria anunciado às 6h de amanhã (hora local) de hoje, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, desembarcou ontem no Cairo para pressionar israelenses e palestinos a aceitar a trégua imediata. Depois de ter ironizado no domingo a incursão israelense em Gaza numa gafe durante uma entrevista à Fox News — na qual afirmou que a operação militar não é "cirúrgica" como Israel alega — Kerry voltou a defender o direito de defesa do país contra os foguetes e túneis do Hamas.

O presidente americano, Barack Obama, também fez o mesmo discurso, mas alegou que já seria a hora de acabar com essa rodada de hostilidades. "Como resultado dessa operação, Israel já causou danos significativos à infraestrutura terrorista do Hamas", disse Obama.

No Cairo, John Kerry se encontrou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que viajou ao Oriente Médio para participar também dos esforços para a costura de uma trégua.

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