O gabinete de segurança do governo de Israel aprovou na noite desta quinta-feira (20) um cessar-fogo no 11º dia de conflito com o Hamas na Faixa de Gaza, informou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. As autoridades votaram de forma unânime para aceitar a proposta do Egito para um "cessar-fogo bilateral e sem quaisquer condições, que terá efeito posteriormente".
Após o anúncio, uma autoridade do Hamas baseada no Qatar afirmou ao New York Times que o grupo também aceitou o cessar-fogo, com início às 2 horas da manhã da sexta-feira (20h de quinta-feira em Brasília). Uma autoridade do grupo também confirmou à Reuters que o fim das hostilidades será "mútuo e simultâneo".
Autoridades de Defesa de Israel recomendaram a aprovação do cessar-fogo após alegar "grandes conquistas" na operação, segundo comunicado.
Enquanto a trégua ainda não estava em vigor, o Hamas seguia disparando foguetes e a força aérea israelense seguia atacando posições do Hamas no enclave palestino.
O debate no gabinete, composto por oficiais de segurança de alto escalão e ministros, durou três horas. Os ministros exigiram que Israel mantenha as "eliminações seletivas" de líderes do Hamas e Jihad Islâmica, e que responda militarmente cada foguete lançado de Gaza após o cessar-fogo.
Segundo a imprensa israelense, o ministro da Defesa do país, Benny Gantz, disse que "a realidade em campo irá determinar a continuidade da campanha", indicando que Israel responderá se for atacado.
Osama Hamdan, autoridade sênior do Hamas, disse a um canal libanês que o grupo militante recebeu garantias dos mediadores do acordo sobre a atuação da polícia israelense na mesquita de Al-Aqsa e no bairro de Sheikh Jarrah, onde uma ordem de despejo a famílias palestinas foi um dos fatores que desencadearam a recente onda de violência.
Fontes israelenses refutaram a alegação de Hamdan, dizendo que a afirmação é falsa e que o cessar-fogo é de fato sem pré-condições, relatou o Jerusalem Post.
No entanto, as chances de uma nova escalada são altas. Muitos israelenses não eram a favor de um cessar-fogo, e entendem que o problema não desaparecerá, relatou a ONG StandWithUs Brasil.
Especialistas em segurança disseram que Israel causou um dano maior em 50 horas do que em 50 dias, se referindo à guerra contra o Hamas em 2014, ainda segundo a ONG pró-Israel. Outros oficiais disseram que o Hamas entendeu que calculou equivocadamente a reação de Israel e pagaram um preço alto pela decisão de terem iniciado os embates.
Desde o início do conflito, 230 palestinos morreram, incluindo pelo menos 65 crianças, segundo autoridades de saúde locais nesta quarta-feira. Em Israel, 12 pessoas morreram, incluindo duas crianças.
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