As forças militares israelenses devem sair da Faixa de Gaza em meados de setembro, completando a retirada do território palestino após 38 anos de ocupação, confirmou nesta quarta-feira o ministro da Defesa do Estado judeu, Shaul Mofaz.
Israel finalizou a remoção de 15 mil colonos e de seus apoiadores da Faixa de Gaza e quatro assentamentos na Cisjordânia na terça-feira, duas semanas antes do previsto.
Temores de forte resistência dos colonos à retirada provaram ser exagerados, pois as forças esvaziaram os 25 assentamentos em apenas uma semana - a primeira saída de enclaves judeus em terras que os palestinos reivindicam para a formação de um Estado.
O anúncio da retirada total foi possível graças a um acordo entre Israel e Egito, pelo qual as forças egípcias vão se encarregar de impedir o contrabando de armas e munição desde seu território para as facções palestinas da Faixa de Gaza. O governo do Cairo se comprometeu que também não poderá vendê-las oficialmente.
Os agentes policiais egípcios, que substituirão as forças israelenses no controle do lance fronteiriço paralelo à rota Filadelfi, de mais ou menos 14 quilômetros de extensão, também terão que impedir a infiltração de pessoas e atos terroristas.
Israelenses e palestinos chegaram, ainda nesta quarta-feira, a um acordo para a remoção dos escombros da residências demolidas nos assentamentos descocupados, afirmaram funcionários dos dois governos.
Pelo acerto, Israel demolirá todas as casas e eliminará peças de amianto e outros materiais considerados perigosos. Caberá aos palestinos retirar os escombros restantes, manter os materiais recicláveis para projetos de construção civil e transferir os restantes a uma terceira parte, em sua maioria empresas egípcias. O custo da operação, orçada em US$ 30 milhões, ficará a cargo de Israel.
Por enquanto, o Exército israelense prossegue com as últimas fases da desconexão, isto é, a demolição de mais ou menos 2.000 casas nos assentamentos esvaziados e colhendo bens que os colonos não conseguiram levar, como mil árvores plantadas nas dunas que serão transportadas nesta quarta-feira a Israel.
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