O exército de Israel encerrou nesta terça-feira (1º) uma investigação sobre um bombardeio em 2009 de uma casa na Faixa de Gaza, que matou 21 membros de uma família palestina, dizendo que não constituiu crime de guerra e que os civis não foram propositalmente feitos como alvo.
O incidente ocorreu durante a guerra de três semanas na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
Testemunhas da época disseram que em 4 de janeiro de 2009 as tropas israelenses pediram que 100 civis do distrito de Zeitun entrassem na casa e ficassem lá, fora de seu caminho.
Porém, no dia seguinte, a casa foi atingida por bombas israelenses e ruiu, matando os membros da família Samouni.
Reportando nesta terça-feira a decisão de não tomar nenhuma medida legal, o canal 10 de televisão de Israel descreveu o bombardeio como o "acidente operacional mais sério" da guerra de Gaza.
Após uma investigação sobre o bombardeio e alegações de crimes de guerra, a Advocacia Militar Geral "julgou as acusações infundadas", disse o exército em comunicado.
"A advocacia militar também julgou que nenhum dos soldados envolvidos ou autoridades agiram de maneira negligente", disse o exército que, no entanto, acrescentou estar fazendo mudanças para "garantir que tais eventos não ocorram novamente".
Israel lançou a ofensiva no final de 2008, com o objetivo declarado de acabar com o fogo entre as fronteiras, que atingiu continuamente as cidades ao sul do país. Boa parte dos combates ocorreram em áreas densamente povoadas do pequeno território costeiro. Mais de 1,4 mil palestinos e 13 israelenses foram mortos.
"É inaceitável que ninguém seja responsável por uma ação do exército que levou à morte de 21 civis, dentro de um prédio onde entraram sob ordens de soldados, mesmo que isso não tenha sido feito deliberadamente", disse Yael Stein, chefe de pesquisa da organização não governamental israelense, B'Tselem, em comunicado.
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