O governo de Israel considera anexar a maior parte dos assentamentos judaicos na Cisjordânia se os palestinos buscarem, de forma unilateral, o reconhecimento mundial de seu Estado, revelou um funcionário israelense nesta terça-feira (29). A medida pode representar um grave golpe nas expectativas de negociação de paz entre os dois lados.

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Israel tem evitado tomar a medida, diplomaticamente explosiva, há quatro décadas. O fato de estar estudando a possibilidade reflete a seriedade da preocupação em relação à campanha palestina para conquistar o reconhecimento internacional de um Estado, na falta de um processo de paz.

Nesta terça-feira, o ministro do Interior israelense disse que vai decidir, no mês que vem, se dará a aprovação final para a construção de 1.500 apartamentos em dois enclaves judaicos em Jerusalém oriental. Israel tomou Jerusalém oriental e a Cisjordânia em 1967. Os israelenses anexaram Jerusalém oriental, que abriga templos sagrados para o judaísmo, o islamismo e o cristianismo, logo depois que tomar o território. Mas tem cuidadosamente evitado anexar a Cisjordânia, onde 300 mil colonos judeus vivem entre 2,5 milhões de palestinos.

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Embora se espere que, sob um acordo de paz, Israel manteria a maioria dos assentamentos construídos nos últimos 44 anos, qualquer decisão de anexar formalmente a Cisjordânia poderia ser uma medida que aumentaria o já considerável isolamento internacional de Israel. Os palestinos querem toda a Cisjordânia e Jerusalém oriental, além da Faixa de Gaza, para seu futuro Estado.

O funcionário do governo que falou sobre a possível anexação disse não saber com que nível de seriedade as autoridades consideram a opção. Ele disse que "adotar medidas unilaterais não é uma via de mão única" e que outras opções também estão sendo consideradas. Essas medidas incluiriam a limitação do fornecimento de água e a restrição do uso, pelos palestinos, de portos israelenses para propósitos comerciais, disse ele. As informações são da Associated Press.