O jornal israelense "Haaretz" informou hoje que o governo do Estado judaico autorizará a construção de 3.000 casas nos assentamentos de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia.
A aprovação das colônias acontece um dia após o reconhecimento da Palestina como Estado observador na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). A proposta foi aprovada com 138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções.
Segundo o jornal, o governo israelense também vai acelerar mil permissões adicionais para construção nas áreas ocupadas por judeus nos territórios palestinos e o projeto do chamada colônia E1, que, se construída, dividirá a Cisjordânia em duas.
A mudança é uma primeira indicação de represália de Israel, que criticou a ONU por ter enviado uma resolução em apoio ao pleito dos palestinos.
"Teatro político"
Mais cedo, o porta-voz do governo, Mark Regev, disse que a mudança de status da Palestina na ONU é um "teatro político negativo" que dificultará as negociações de paz.
Regev considera que a resolução aprovada tirou palestinos e israelenses do processo de negociação e acusou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmnoud Abbas, de fazer "um rosário de acusações caluniosas".
"Esse é um teatro político negativo que nos tira do processo de negociações. Isso vai ferir a paz", disse, em entrevista à rede britânica BBC.
Mais cedo, o vice-premiê israelense, Sylvan Shalom, ameaçou adotar sanções por considerar que Abbas violou o acordo de Oslo, que proibia as iniciativas unilaterais para tentar resolver a questão palestina.
"Mesmo que ele seja considerado moderado, não é fiel aos compromissos de seu predecessor, Yasser Arafat. A violação desses acordos significa que Israel também pode tomar medidas unilaterais, como aplicar a soberania israelense sobre os territórios palestinos".