Operários trabalham em uma construção localizada no assentamento judaico de Givat Zeev| Foto: Reuters

O Ministério da Defesa de Israel informou nesta segunda-feira (29) que aprovou a construção de mais 50 casas em um assentamento judaico da Cisjordânia, como parte de um plano de edificação de 1.450 unidades residenciais. Essa expansão contraria o pedido de congelamento dos assentamentos, feito pelos Estados Unidos.

CARREGANDO :)

Notícias sobre os planos de construção surgiram horas antes do ministro da Defesa, Ehud Barak, se preparar para uma viagem aos EUA para conversações destinadas a diminuir as divergências com o governo norte-americano sobre a questão dos assentamentos.

Barak vai reunir-se com o enviado do presidente dos EUA, Barack Obama, para o Oriente Médio, George Mitchell.

Publicidade

Um comunicado formal entregue pelo Ministério da Defesa à Suprema Corte de Israel esboçou os planos de transferência de colonos de Migron, um posto avançado construído na Cisjordânia sem a permissão do governo israelense, para o assentamento de Adam, ao norte de Jerusalém.

Segundo o documento, elaborado em resposta a uma ação judicial iniciada pelo grupo pacifista israelense Paz Agora, contrário aos assentamentos, o plano de transferência requer a construção de 1.450 moradias em Adam para abrigar os colonos.

Mas o Ministério informou ter dado o aval para a edificação de apenas 50 habitações. Outras casas dependerão de aprovação. O Paz Agora diz que cerca de 2.500 residências estão sendo construídas atualmente na Cisjordânia.

Obama vem pressionando Israel a interromper as construções nos assentamentos, como parte do esforço para reviver as conversações de paz para a criação do Estado palestino.

Cerca de 500 mil israelenses vivem na Cisjordânia e na parte árabe de Jerusalém, ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os palestinos afirmam que os assentamentos, que a Corte Mundial considerou ilegais, vão impedi-los de ter um Estado viável e contíguo.

Publicidade

Em Ramallah, na Cisjordânia, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, reiterou sua recusa em retomar as negociações enquanto Israel não congelar os assentamentos.

"Não vamos aceitar a continuação dos assentamentos", disse Abbas.

Abbas também advertiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que deve abandonar suas condições para a criação de um Estado palestino, as quais incluem garantias de que o novo país não terá Exército e a exigência de que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judaico.

Em uma rara divergência entre Israel e seu principal aliado, os EUA, Netanyahu se recusa a declarar o congelamento dos assentamentos, alegando que algumas obras devem prosseguir para dar conta do crescimento populacional dentro dos enclaves judaicos na Cisjordânia.

Barak levantou a possibilidade de uma suspensão limitada e temporária das obras em assentamentos, em comentários feitos no domingo, em resposta a um artigo de um jornal israelense informando que ele iria propor uma moratória de três meses.

Publicidade