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A Procuradoria-Geral de Israel enviou uma carta para instruir as Forças de Defesa israelenses (FDI) a convocar imediatamente 3 mil estudantes ultraortodoxos a partir da próxima segunda-feira (1º).
O comunicado foi enviado horas depois de o Supremo Tribunal de Justiça de Israel ter determinado que esses estudantes devem prestar o serviço militar obrigatório.
Os estudantes ultraortodoxos das yeshivás (escolas judaicas ortodoxas onde são estudados o Talmud, a Torá e tradições rabínicas), quando chegavam aos 18 anos, eram beneficiados com isenções ano a ano, até completarem 26 anos, idade de isenção militar para todos os cidadãos.
Diante das necessidades da guerra contra o grupo terrorista Hamas, cresceu a pressão na sociedade israelense para que esse benefício fosse interrompido. A isenção foi renovada pela última vez em junho de 2023 e expirou este ano.
“O sistema de segurança é obrigado a agir imediatamente para implementar a decisão de convocar estudantes das yeshivás que são obrigados a prestar serviço militar, de acordo com as necessidades do exército e suas capacidades, e de acordo com seu compromisso de recrutar 3 mil recrutas”, disse o vice-procurador-geral Gil Limon na carta, segundo informações do jornal Times of Israel.
Embora haja atualmente cerca de 63 mil estudantes ultraortodoxos em yeshivás de Israel, as FDI informaram ao Supremo Tribunal que haveria condições “realistas” de convocar apenas 3 mil no alistamento de 2024, que começou este mês. A procuradoria pediu um plano para que mais ultraortodoxos além desse número sejam convocados.
A Procuradoria-Geral também instruiu os ministérios da Defesa, das Finanças e da Educação para que parem de transferir recursos anteriormente destinados a yeshivás para alunos cujos estudos substituíam o serviço militar.