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Palestinos verificam danos após ação do Exército de Israel em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, em 30 de agosto.
Palestinos verificam danos após ação do Exército de Israel em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, em 30 de agosto.| Foto: Haitham Imad/EFE/EPA

O Exército de Israel anunciou neste domingo que recuperou os corpos de seis reféns em um túnel subterrâneo na área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e confirmou seu regresso ao território israelense. Os falecidos, todos feitos reféns em 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas, foram identificados como Carmel Gat, Eden Yerushalmi, o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino.

O porta-voz militar Daniel Hagari disse nesta manhã que os seis reféns foram mortos pelo Hamas pouco antes de as tropas os alcançarem, de acordo com uma investigação inicial. Seus corpos foram localizados a cerca de um quilômetro de onde o refém beduíno Kaid Farhan al Qadi foi encontrado vivo na semana passada, detalhou Hagari. Na noite de sábado, o Exército já tinha confirmado a descoberta de “vários corpos durante os combates” em Gaza e garantiu então que “as tropas continuam a operar na zona e a realizar um processo de extração e identificação”.

97 sequestrados ainda não foram encontrados; famílias de reféns reclamam de demora em acordo

Apenas agora se tornou público que os corpos encontrados pertencem a quatro homens e duas mulheres, o que reduz para 97 o número de pessoas ainda em cativeiro, das 251 raptadas em 7 de outubro. Destes, pelo menos 33 estão confirmados como mortos.

Os familiares dos reféns ficaram furiosos neste domingo ao saber da morte dos seus entes queridos, garantindo que, se o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tivesse assinado um acordo de cessar-fogo com o Hamas, ainda estariam vivos. “Um acordo para a devolução dos reféns está em cima da mesa há mais de dois meses. Se não fossem os atrasos, sabotagens e desculpas, aqueles de cujas mortes tomamos conhecimento esta manhã provavelmente ainda estariam vivos”, declarou o Fórum de Reféns e Famílias de Desaparecidos, que anunciou manifestações neste domingo em Jerusalém e Tel Aviv.

Entre os falecidos, muitos na casa dos 20 anos, está o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, de 24 anos e nascido na Califórnia, cuja família confirmou sua morte em uma mensagem no Facebook. O presidente dos EUA, Joe Biden, enviou suas condolências em um comunicado. No dia 7 de outubro, Hersh estava no festival de música Nova, onde foi sequestrado e ferido, forçado a usar torniquete e teve uma das mãos amputada, como pode ser visto nos vídeos do ataque. Há apenas quatro meses, em um vídeo de propaganda divulgado pelo Hamas em 24 de abril, Hersh foi visto com boa saúde, lendo para a câmera uma mensagem dirigida ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por não ter feito o suficiente para libertar os reféns.

A família de Hersh tem sido uma das mais ativas na luta pelo retorno dos cativos. Em novembro, sua mãe, Rachel, foi um dos 12 familiares que se encontraram com o papa Francisco, no Vaticano, e os dois pais sempre foram muito explícitos sobre a urgência de se chegar a um acordo de trégua. “Hersh, trabalhamos dia e noite e nunca vamos parar”, reiterou Rachel Goldberg-Polin em 29 de agosto, quando uma comitiva com familiares dos reféns viajou para a fronteira de Gaza para pedir a libertação dos seus entes queridos.

Hamas diz que reféns morreram em bombardeio israelense, mas jornal diz que autópsias indicam tiros na cabeça

O grupo terrorista islâmico Hamas culpou Israel e os Estados Unidos, seu principal parceiro e fornecedor de armas, pela morte dos seis reféns, alegando que morreram devido a bombardeios israelenses. “A responsabilidade pela morte dos prisioneiros detidos pela resistência recai sobre a ocupação, que insiste em continuar sua guerra genocida e em evitar um acordo para chegar a um cessar-fogo, bem como sobre a administração dos EUA pela sua parcialidade, apoio e cumplicidade”, afirmou Izzat al Rishq, membro do gabinete político do Hamas, grupo que controla Gaza. “A descoberta dos corpos dos prisioneiros na Faixa de Gaza mostra que foram mortos exclusivamente por bombardeios sionistas”, acrescentou Al Rishq em um comunicado.

Segundo o jornal israelense Haaretz, no entanto, as autópsias “indicam que todos foram baleados na cabeça e que não há dúvida de que morreram em consequência dos tiros”, mas não citou a fonte.

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