O governo israelense aprovou neste domingo (17) a criação do Comitê Ministerial sobre Assuntos dos Assentamentos, que será presidido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tratar de questões ligadas às colônias judaicas construídas no território palestino da Cisjordânia.
O comitê será formado por dez ministros e terá "autoridade para formular a política do Executivo" no relativo às construções de colonos israelenses não regulamentadas sobre terras estatais e privadas palestinas na Cisjordânia, incluindo os casos que foram levados à Justiça, segundo o governo.
É o caso dos proto-assentamentos judaicos, enclaves considerados ilegais também para Israel - pois, para o direito internacional, todas as colônias em território ocupado em 1967 são ilegais - que foram alvo de polêmica na Justiça.
O comitê será integrado pelos vice-primeiros-ministros Shaul Mofaz e Moshé Yaalon e pelos ministros Ehud Barak (Defesa), Avigdor Liberman (Relações Exteriores), Daniel Hershkowitz (Ciência e Tecnologia), Eli Yishai (Interior), Yuli Edelstein (Diplomacia Pública), Gideon Sa'ar (Educação), Gilad Erdan (Meio Ambiente) e Benny Begin (sem pasta).
A votação deste domingo recebeu o voto contrário de Mofaz (que lidera o partido Kadima), de Barak e dos ministros Michael Eitan (Serviços Públicos) e Shalom Simhon (Indústria), informou o escritório de Netanyahu em comunicado.
Houve abstenções do vice-primeiro-ministro Silvan Shalom e dos ministros Stas Misezhnikov (Turismo), Yitzhak Aharonovich (Segurança Pública) e Sofa Landver (Imigração e Absorção).
Analistas locais interpretaram a criação do comitê como uma compensação de Netanyahu à ala mais direitista de seu governo, próxima aos colonos judeus. Esse setor político pedia há muito tempo ao ministro da Defesa, Ehud Barak, a retirada do poder de aprovar a construção nos assentamentos judaicos na Cisjordânia.