A possibilidade de autoridades israelenses serem processadas por crimes de guerra no exterior levou o governo de Israel a criar um comitê nesta terça-feira para lidar com as consequências legais de um relatório da ONU sobre a guerra em Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu uma grande batalha para "deslegitimar" as conclusões de uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU). Também instruiu autoridades do governo para que esbocem propostas de mudanças para as leis internacionais de guerra.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU endossou o relatório do jurista sul-africano Richard Goldstone, divulgado na sexta-feira, que condenou as ações israelenses e do Hamas na guerra do início deste ano.
O relatório recomendou que a questão de crimes de guerra seja levada ao Conselho de Segurança da ONU se os dois lados fracassarem em conduzir investigações internas sérias em seis meses, e possivelmente, à Corte Internacional de Justiça.
O gabinete de Netanyahu disse em comunicado que sua equipe de segurança instruiu o Ministério da Justiça a formar um comitê para lidar com a possibilidade de "procedimentos legais no exterior contra o Estado de Israel ou seus cidadãos".
O líder israelense também instruiu seu governo a esboçar uma iniciativa para propor mudanças nas leis de guerra para que levem em conta a necessidade de combater "a expansão do terrorismo no mundo".
Um grupo palestino de defesa dos direitos humanos disse que 1.417 palestinos, incluindo 926 civis, foram mortos na ofensiva israelense de três semanas. Israel afirma que 709 combatentes palestinos, 295 civis e outras 162 pessoas foram mortas.
Dez soldados e três civis israelenses também foram mortos durante a campanha, lançada por Israel para pôr fim aos foguetes do Hamas contra o sul de Israel.