O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o governo de Israel voltaram a bater boca nesta segunda-feira (6) devido à ofensiva do Estado judeu na Faixa de Gaza em resposta aos ataques do grupo terrorista Hamas ao seu território em 7 de outubro.
Em entrevista coletiva, Guterres disse que a situação em Gaza é “mais do que uma crise humanitária, é uma crise de humanidade”. O Ministério da Saúde do enclave (administrado pelo Hamas) disse que a ofensiva de Israel já provocou mais de 10 mil mortes no território palestino – os governos americano e israelense questionam esses números.
“Estou profundamente preocupado com as claras violações do direito humanitário internacional que estamos testemunhando. Deixe-me ser claro: nenhuma das partes num conflito armado está acima do direito humanitário internacional”, afirmou Guterres, que disse que Gaza está “se tornando um cemitério de crianças”.
“Segundo informações, mais jornalistas foram mortos num período de quatro semanas do que em qualquer conflito em pelo menos três décadas. Foram mortos mais trabalhadores humanitários das Nações Unidas do que em qualquer período comparável na história da nossa organização”, disse o secretário-geral.
No X, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse que Guterres “deveria se envergonhar” e citou os reféns mantidos pelo Hamas.
“Mais de 30 menores – entre eles um bebê de nove meses, bem como crianças pequenas e crianças que testemunharam o assassinato dos seus pais a sangue frio – estão sendo retidos contra a sua vontade na Faixa de Gaza. O Hamas é o problema em Gaza, não as ações de Israel para eliminar esta organização terrorista”, escreveu.
Em outubro, após Guterres dizer no Conselho de Segurança da ONU que os ataques terroristas do Hamas não aconteceram “do nada”, Israel pediu sua saída do cargo de secretário-geral das Nações Unidas e interrompeu a concessão de vistos a representantes da organização.