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Uma comissão ministerial israelense aprovou neste domingo a libertação de outros 26 presos palestinos, de um total de 104, como parte das negociações de paz iniciadas em julho, informou o escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

"Por causa da decisão 640 do Conselho de Ministro com data de 28 de julho de 2013 para reiniciar as negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), foi aprovada nesta noite a libertação de 26 presos", indica um documento oficial.

O documento acrescenta que "todos os presos cometeram seus delitos antes dos Acordos de Oslo (há duas décadas) e cumpriram entre 19 e 28 anos de prisão".

Trata-se da segunda fase de libertações previstas no acordo que as duas partes fizeram sob mediação americana para reativar as conversas de paz, após três anos de estagnação.

A primeira fase de libertações, também de 26 presos, aconteceu em 13 de agosto, embora fontes dos serviços israelenses de segurança anteciparam aos meios de comunicação locais que desta vez "a lista será de pesos pesados".

Israel revelará a relação nesta mesma noite no site do Serviço de Prisões, embora o comunicado de Netanyahu adianta que 21 são da Cisjordânia e cinco de Gaza.

"Os membros da comissão colocaram ênfase na reunião em que, se algum dos presos retornarem a atividades hostis, voltará a cumprir com o que falta de pena", adverte a nota.

O protocolo de libertação de presos estabelece que, após sua publicação, os cidadãos israelenses em geral tem um prazo de 48 horas para apelar perante a Corte Suprema contra a libertação de algum dos palestinos da lista, que cumprem em todos os casos pena por atentados cometidos antes de 1993.

Neste ano, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se reconheceram mutuamente e iniciaram um processo de paz que devia ter conduzido à criação de um Estado palestino independente há cinco anos, um processo que ficou truncado e culminou na segunda Intifada.

A libertação de palestinos de prisões israelenses é um dos assuntos mais sensíveis nas relações entre os dois povos.

Para os palestinos, se trata de "lutadores pela liberdade", já os isralenses os veem como "terroristas".

A decisão foi precedida hoje por um debate na Comissão Ministerial de Assuntos Legislativos, onde um grupo de ministros da extrema-direita israelense tratou de travar a execução das próximas duas fases mediante um polêmico projeto de lei.

Em reunião marcada por gritos e acusações, segundo a edição digital do jornal "Yedioth Ahronoth", os ministros dos partidos Lar Judaico e Israel Beteinu recriminaram seus colegas do Likud e de outras formações no Governo que deram o voto a favor de libertar palestinos que cumprem pena por "terrorismo".

"É um dia triste para a luta contra o terrorismo, seguiremos lutando com toda nossa força para impedir a libertação de assassinos", disseram os representantes de Lar Judaico, que é dirigido pelo ministro da Indústria e Comércio, Naftalí Benet.

Os 26 presos foram concentrados no sábado em uma prisão do centro de Israel à espera da libertação, que acontecerá na terça-feira se o Poder Judiciário resolver se abster de intervir -como fez até agora- na resolução do Governo.

O polêmico projeto de lei tratava nesse sentido de neutralizar a autoridade do Poder Judiciário e do chefe do Estado -que referenda os indultos- e, ao mesmo tempo, habilitar o Parlamento para proibir este tipo de decisão.

Em vista da desordem, Netanyahu despachou urgentemente à reunião ao secretário do Governo, Avijai Mandelblitt, que lembrou aos ministros "rebeldes" que a libertação de 104 presos conta com a aprovação do Conselho de Ministros.

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