Tel Aviv – O gabinete de governo israelense aprovou na madrugada desta terça-feira a ampliação da invasão do Líbano por terra, tornando ainda mais improváveis os esforços diplomáticos para um cessar-fogo. O plano militar prevê que o Exército cerque vilarejos no sul do Líbano usados pelo grupo xiita libanês como base de lançamento de foguetes contra Israel. Cerca de 15 mil soldados reservistas foram convocados.

CARREGANDO :)

Depois do bombardeio que matou 56 civis libaneses no domingo, na maioria crianças, Israel havia concordado com uma trégua de 48 horas para permitir a saída de moradores das cidades do sul e a chegada de ajuda humanitária à região. Mesmo assim, a aviação bombardeou bases do Hezbollah na cidade de Taibe, no sudeste libanês. Tropas israelenses entraram em confronto com o grupo perto da fronteira. Um ataque aéreo matou um soldado libanês e deixou três feridos.

Perto da principal passagem na fronteira sírio-libanesa, um avião israelense não pilotado disparou contra três caminhões. Quatro funcionários da aduana libanesa e os três motoristas ficaram feridos.

Publicidade

Na maioria do Líbano, contudo, o dia foi o mais calmo desde o início do conflito, em 12 de julho, e as equipes de ajuda humanitária puderam operar. O Hezbollah também diminuiu drasticamente seus ataques ao norte israelense, lançando apenas granadas de morteiro contra a cidade de Kiryat Shmona. Ninguém se feriu.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que Israel já destruiu o centro de comando e muitos dos mísseis de longo alcance do Hezbollah. Ele enfatizou que o ataque ao Líbano só terminará quando o Hezbollah parar de disparar foguetes, soltar os dois soldados que capturou no dia 12, ao invadir território de Israel, iniciando o conflito, e uma força de paz multinacional for enviada à fronteira, do lado libanês.

Foi cancelada uma reunião marcada para ontem na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a formação de uma força multinacional que seria enviada ao Líbano, como parte do pacote de medidas proposto pelos EUA e Grã-Bretanha para impor um cessar-fogo. Um funcionário da ONU disse que o encontro foi adiado até que "haja mais claridade política".

Apesar desse cenário nada alentador, a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, partiu ontem de Israel – onde se reuniu no domingo com Olmert – dizendo acreditar que um acordo pode ser alcançado ainda esta semana. Os Estados Unidos estão dando tempo a Israel para causar o máximo de danos à infra-estrutura do Hezbollah.