A operação israelense pode fazer parte de uma campanha contra o Hezbollah que, nos últimos anos, recebeu alguns mísseis Scud do regime sírio, incluindo alguns que poderiam usar armas químicas.
O governo de Israel declarou ontem alerta máximo em todas as embaixadas e representações diplomáticas no mundo após ameaças da Síria e do Irã de retaliação a um suposto ataque do Exército israelense em território sírio na última quarta-feira.
As autoridades sírias dizem que um centro de pesquisa militar foi atacado na cidade de Jamraya, próxima à capital Damasco e à região das Colinas de Golã. Diplomatas americanos também afirmam que houve um bombardeio, mas que este atingiu um comboio de transporte de mísseis ao grupo radical libanês Hezbollah.
Israel não confirma a ação. Ontem, o regime sírio ameaçou o país com uma "ação surpresa" em retaliação ao fato. O mesmo foi feito pelo Irã, que condenou a ação e a considerou "um ataque brutal do regime sionista".
Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, a segurança foi reforçada para proteger instalações, cônsules e embaixadores. O temor é que algum grupo ligado a Teerã e Damasco ou o Hezbollah aproveitem os rumores para fazer ataques.
O Estado judaico acusa o Irã de chefiar as ações terroristas contra judeus, através de financiamentos ao Hezbollah. Tanto Teerã quanto o grupo radical libanês negam as acusações, mas a República Islâmica não reconhece Israel e prega a destruição do país.
ONU
A agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou ontem que havia alcançado pela primeira vez a região de Azaz, tomada pela oposição, no norte da Síria, onde encontrou cerca de 45 mil pessoas desalojadas vivendo em condições "abomináveis" em acampamentos improvisados.
"Esta é uma área que nós não havíamos conseguido alcançar fisicamente desde o início do conflito", disse o diretor da Acnur para o Oriente Médio e Norte da África, Yacoub El Hillo, em Genebra.
Azaz está localizada no lado oposto ao acampamento Kilis, no lado turco, que abriga cerca de 10 mil refugiados sírios que cruzaram aquela fronteira, de acordo com a Acnur.