O Gabinete de Assuntos Políticos e de Segurança de Israel decidiu nesta quarta-feira (19) considerar a Faixa de Gaza uma "entidade hostil". E ainda considerar oficialmente o grupo Hamas "organização terrorista que tomou o controle na Faixa de Gaza e a transformou em um território inimigo".
"Após extensivas consultas legais, Israel decidir declarar Gaza como uma entidade hostil, com todas as implicações internacionais", afirmou uma fonte israelense para a agência de notícias "France Presse" após uma reunião do gabinete de segurança.
"Esta decisão vai preparar o terreno para punições contra Gaza, como a interrupção do fornecimento de gás, energia elétrica e água, o que deve acontecer em um processo gradual", acrescentou a fonte que pediu anonimato.
Após esta consideração, Israel pode reduzir "ao mínimo" o fornecimento de eletricidade, combustíveis e outros serviços ou mercadorias que vende ao território, de 360 quilômetros quadrados e habitado por 1,5 milhão de pessoas.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, foi quem propôs ao Gabinete declarar Gaza um território inimigo, o que pode justificar as sanções coletivas do ponto de vista da lei internacional.
O Hamas respondeu: "Isto é uma declaração de guerra e a continuação de crimes. É o terrorismo sionista contra o nosso povo", afirmou Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas.
Sem autorização
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que governa na Faixa de Gaza, decidiu retirar uma autorização que tinha concedido ao presidente da Autoridade Nacional Palestina buscar (ANP), Mahmoud Abbas, para negociar a paz com Israel.
"O Hamas retira a autorização que deu a Abbas", afirmou nesta quarta o ex-ministro do Interior da ANP Said Siyam.
Os islamitas palestinos, que não reconhecem a legitimidade do Estado de Israel, outorgaram esse poder a Abbas, líder do movimento nacionalista Fatah, atualmente rival do Hamas, quando as duas organizações compartilhavam um governo de união nacional.
A coalizão se desfez em junho, quando milicianos do Hamas tomaram o controle de Gaza após derrotar os organismos de segurança da ANP leais a Abbas, que destituiu o então primeiro-ministro, Ismail Haniyeh.
Abbas se reunirá na quinta-feira, em Ramala, com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que chegou nesta quarta a Israel para uma visita de 24 horas para aproximar posições entre as duas partes visando a conferência regional de paz que o presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, convocou para novembro.
Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, resolveram este mês intensificar seus contatos por meio de funcionários a fim de redigir um documento que permita retomar as negociações de paz, estagnadas desde 2001, e apresentá-lo nessa conferência.
Siyam descartou o reatamento do diálogo do Hamas com o Fatah, desmentindo a imprensa palestina, que tinha informado sobre a existência de conversas secretas para uma reconciliação entre os dois movimentos.
Abbas também se nega a restabelecer as relações com o Hamas, a menos que devolva a Faixa de Gaza às forças de segurança da ANP, formadas por efetivos que, em sua grande maioria, são leais ao Fatah.
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