Sderot, Israel - No terceiro dia do maior ataque aéreo já lançado contra alvos palestinos, Israel deu ontem novos sinais de que a operação militar na Faixa de Gaza deverá em breve se desdobrar em uma invasão terrestre. O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que Israel está em "guerra total com o grupo fundamentalista Hamas e confirmou que uma ação por terra poderá ser o próximo passo.
Enquanto a aviação israelense bombardeava bases operacionais e simbólicas do poder do Hamas, fazendo o número de mortos em Gaza ultrapassar 360 57 civis, segundo estimativa da ONU , os militantes islâmicos respondiam com dezenas de foguetes.
Além de isolar a área próxima da fronteira, Israel elevou o tom da retórica. Numa acalorada sessão da Knesset (Parlamento), Barak disse que Israel usará "todos os meios necessários para colocar um fim ao disparo de foguetes de Gaza e que a operação militar será "ampliada e aprofundada.
"Temos uma guerra total com o Hamas, disse o ministro, repetindo o que já usou para descrever o conflito entre Israel e o fundamentalismo islâmico. Barak aproveitou para citar o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, numa demonstração de confiança de que o novo governo manterá o apoio a Israel.
"Obama disse que, se foguetes fossem disparados contra sua casa enquanto suas duas filhas estivessem dormindo, ele faria tudo o que pudesse para impedir, disse Barak. A frase foi dita por Obama em julho, durante uma visita a Sderot, a cidade israelense mais castigada pelos foguetes palestinos.
O território controlado pelos fundamentalistas desde junho de 2007 foi novamente cenário de caos e pânico, com a maioria dos moradores evitando sair às ruas ou ficar perto de janelas, temendo estilhaços dos ataques a alvos do Hamas.
Ontem eles incluíram a Universidade Islâmica, um dos bastiões intelectuais do Hamas, e o Ministério do Interior, que serve de comando central para os cerca de 13 mil membros da força de segurança do grupo. As casas de dois dos principais comandantes militares do Hamas também foram atingidas. Eles não estavam em casa, mas vários membros de suas famílias foram mortos.
Retórica
Embora os principais líderes do Hamas tenham desaparecido de cena nos últimos dias, protegendo-se dos ataques em abrigos secretos, o grupo manteve o tom de desafio à ofensiva israelense por meio de porta-vozes. Eles reiteraram que não aceitarão novas condições para um cessar-fogo e que ele só ocorrerá quando Israel aceitar a abertura das fronteiras.
No dia 19, a liderança do Hamas decidiu não renovar a trégua que manteve com Israel durante seis meses, dando início a uma nova onda de lançamentos de foguetes contra o inimigo. Pressionado a reagir pela opinião pública e pela oposição de direita, que lidera as pesquisas de opinião para as eleições gerais de fevereiro, o governo decidiu atacar.
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Interatividade
O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, prometeu uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos. Você acredita que o futuro governo norte-americano reunirá condições para negociar um acordo de paz no Oriente Médio?
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