Israel começou a deportar nesta quarta-feira (2) os ativistas detidos depois de um ataque a uma frota que levava ajuda a Gaza. Segundo as autoridades israelenses, 123 pessoas já cruzaram a fronteira de ônibus para a Jordânia e os demais devem sair ao longo do dia.
Depois de receber críticas e apelos de governos e entidades em várias partes do mundo, inclusive da ONU e da Casa Branca, as autoridades haviam anunciado na terça que todos os 680 ativistas seriam libertados, incluindo os cerca de 20 que foram ameaçados de processo.
A cineasta e ativista brasileira Iara Lee estava no barco. Segundo informações da Embaixada do Brasil em Israel, ela já chegou ao aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, e está numa sala reservada esperando pelo voo que a levará a Istambul.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, qualificou, durante uma conferência na Cisjordânia, de "terrorismo de Estado" o ataque das forças de Israel contra uma frota humanitária que tentava levar ajuda à Faixa de Gaza. "Nosso povo esteve exposto ao terrorismo de Estado, quando Israel atacou o comboio da liberdade. O mundo todo enfrenta esse terrorismo", disse Abbas, referindo-se à ação israelense de segunda-feira (31), em águas internacionais, que deixou nove mortos.
Abbas falou durante uma conferência de investimento internacional. Abbas também disse que pedirá ao presidente Barack Obama que tome "decisões corajosas para mudar a face do Oriente Médio". Durante o evento, um minuto de silêncio homenageou as vítimas.
O governo de Israel diz que as tropas israelenses agiram em legítima defesa, mas os ativistas afirmam que os soldados israelenses abriram fogo sem motivo.