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Jerusalém – A aviação de Israel bombardeou ontem três pontes no centro da Faixa de Gaza – que conectam o norte ao sul do território – para impedir que os militantes palestinos que capturaram no domingo o soldado Guilad Shalit, de 19 anos, o removam para outro local. Mísseis também atingiram estações de energia elétrica, deixando às escuras amplas áreas costeiras.

A operação, iniciada na madrugada, seguiu uma intensa concentração de tropas e tanques na fronteira, numa indicação de que o Exército de Israel está prestes a invadir o território. O setor de inteligência acredita que Shalit esteja no sul do território.

Segundo o Canal 2 da tevê israelense, fracassaram as negociações mediadas por egípcios e franceses para obter a libertação de Shalit. A emissora anunciou que há "chance zero" de recuperar o soldado por meio do diálogo, o que aumenta a possibilidade de uma ampla ofensiva militar em Gaza.

Os três grupos que o capturaram, incluindo a ala militar do Hamas, exigem que Israel solte todas as mulheres e menores de 18 anos presos em troca de informações sobre Shalit. São 313 adolescentes e 95 mulheres.

O governo israelense negou que esteja negociando com os grupos palestinos e reiterou a declaração do primeiro-ministro Ehud Olmet de que não se submeterá "à chantagem dos terroristas". Em seu site, o Hamas destacou que há um canal de comunicação com Israel sobre a libertação de prisioneiros em troca de Shalit. Militares israelenses disseram, extra-oficialmente, que uma equipe de negociações foi ativada.

O grupo Comitês de Resistência Popular, envolvido na captura, informou ontem que Shalit está em "um lugar seguro" e anunciou ter seqüestrado um colono judeu na Cisjordânia, fato que está sendo investigado pela polícia israelense. Um colono de 18 anos está desaparecido desde domingo.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que intervenha para impedir uma operação militar israelense na Faixa de Gaza. O Conselho de Segurança "deve ordenar aos israelenses que não voltem e que não continuem maltratando o povo dos territórios ocupados", disse Moussa durante um fórum econômico árabe-americano em Houston (Texas, sul).

Moussa estimou que o conflito palestino-israelense representava a ameaça mais importante de instabilidade na região e afirmou que não poderia ser resolvido sem "um envolvimento ativo" dos Estados Unidos.

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