Israel disse a autoridades dos Estados Unidos em 2008 que manteria a economia da Faixa de Gaza "à beira do colapso", mas evitando uma crise humanitária, segundo despachos da diplomacia norte-americana publicados por um jornal norueguês nesta quarta-feira.
Três comunicados citados pelo jornal Aftenposten, que afirmou ter todos os 250 mil documentos diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks, mostram que Israel manteve a embaixada dos EUA em Tel-Aviv informada sobre seu bloqueio à Faixa de Gaza, internacionalmente criticado.
O território abriga 1,3 milhão de palestinos e é administrado pelo grupo islâmico Hamas, que vem sendo isolado pelo Ocidente por causa de sua recusa em reconhecer Israel, renunciar à violência e aceitar a existência dos acordos interinos de paz palestino-israelenses.
"Como parte de seu plano abrangente de embargo contra Gaza, autoridades israelenses confirmaram (aos encarregados dos assuntos econômicos na embaixada dos EUA) em múltiplas ocasiões que pretendem manter a economia de Gaza à beira do colapso sem, no entanto, chegar ao extremo", diz um dos despachos diplomáticos.
Israel quer ver a economia do território "funcionando em seu nível mais baixo possível, mas de modo a evitar uma crise humanitária", segundo comunicado datado de 3 de novembro de 2008.
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