O governo de Israel afirmou que quase 17% dos funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) na Faixa de Gaza são membros de organizações terroristas, e pelo menos 15 estiveram diretamente envolvidos no massacre cometido pelo grupo terrorista Hamas no dia 7 de outubro.
“A UNRWA não pode desempenhar qualquer papel em Gaza, quebrou toda a sua neutralidade, e é preciso encontrar um substituto”, afirmou nesta sexta-feira (22) Tal Itzhakov, porta-voz da embaixada israelense em Madri.
Em uma videoconferência com repórteres, Itzhakov mencionou uma atualização do relatório de Israel sobre este assunto com informações e documentos obtidos pela inteligência israelense baseada em Gaza sobre “infraestrutura terrorista”.
Itzhakov especificou que há 2.135 membros do Hamas e da Jihad Islâmica que trabalham na UNRWA em Gaza, detalhando que 485 são membros da ala militar de organizações terroristas.
Da mesma forma, comentou que 18 diretores de escolas dessa agência da ONU são membros militares de organizações terroristas em Gaza, segundo novas informações, que incluem dados sobre trabalhadores da UNRWA que são supostos membros do Hamas.
Itzhakov também denunciou a utilização de complexos da UNRWA para atividades terroristas, com pontos de lançamento de foguetes, túneis, poços ou armazéns, dos quais mostrou fotografias e gráficos.
Todos esses dados, segundo Itzhakov, permitem compreender “o quanto a infraestrutura terrorista está incorporada nas organizações da UNRWA”.
Por todas estas razões, Israel está fazendo um apelo aos Estados do mundo para que deixem de financiar a UNRWA, como fizeram 18 países, como os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha e a França.
“Queremos expandir e garantir a ajuda humanitária em Gaza, mas não através da UNRWA”, destacou a porta-voz, que citou outras organizações como o Programa Alimentar Mundial.
Ainda nesse sentido, lembrou que Israel está colaborando com duas comissões internacionais para esclarecer a intervenção dos membros da UNRWA no massacre de 7 de outubro.
Sobre um possível cessar-fogo, Itzhakov acusou o Hamas de fazer tudo para impedir que haja um acordo e aumentar as vítimas palestinas, usando a população civil para pressionar a comunidade internacional.
“Temos 134 pessoas raptadas em Gaza que têm de ser libertadas, o que é uma prioridade do país”, frisou a porta-voz, que denunciou o tratamento a que são submetidas e as violações em Gaza, que aconteceu “em um nível sistemático”, segundo relataram reféns libertadas.
“A ideia de Israel não é conquistar Gaza, mas eliminar a ameaça do Hamas e libertar os nossos reféns”, completou.