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Gilad Erdan, embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), acusou nesta sexta-feira (26) o conjunto da organização em sua totalidade de ter se "convertido em uma das armas do arsenal dos nazistas modernos contra nós [se referindo a Israel]".
Com uma enorme estrela amarela na lapela - como a imposta aos judeus na Alemanha durante o regime nazista - Erdan foi o principal orador na cerimônia em que a ONU comemora o Dia Internacional do Holocausto, e aproveitou seu discurso para criticar as Nações Unidas e todos as suas agências em um tom muito irritado.
Da tribuna da Assembleia Geral, Erdan comparou o Holocausto com o ataque que o Hamas realizou no dia 7 de outubro do ano passado contra Israel, e destacou a natureza genocida do ato terrorista palestino contra o povo judeu, mas reservou seus maiores ataques contra a própria ONU.
“Até hoje”, disse Erdan, “nenhuma instituição da ONU condenou os ataques”.
Ele também se referiu a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, que nesta sexta ordenou a Israel que evitasse um “genocídio em Gaza”.
“Inclusive a Corte Internacional de Justiça, justiça pelo amor de Deus, não se sentiu moralmente obrigada a condenar este bárbaro massacre contra nossos filhos e nosso povo. É inexplicável este silêncio”, lamentou.
Erdan considerou simbólico que neste mesmo dia soube-se que alguns funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) podem ter tido participação nos ataques do dia 7 de outubro e comemorou que tenha sido aberta uma investigação ao mais alto nível nas Nações Unidas.
“A ONU não só se tornou uma arma para deslegitimar nossa existência, mas também para nos exterminar fisicamente”, enfatizou o embaixador israelense.
“Só podemos tirar uma conclusão: a ONU fracassou em sua missão. Fracassou”, concluiu em um discurso dirigido aos quadros superiores da organização, liderado pelo secretário-geral, António Guterres. (Com Agência EFE)