Israel não ratificará o tratado que proíbe as armas químicas, que assinou em 1993, enquanto outros países da região as possuam e em um momento em que o mundo aguarda a Síria destruir seu arsenal, disse nesta quinta-feira (12) a porta-voz da chancelaria israelense, Ilana Stein.
"Enquanto Israel assinou o tratado, outros países no Oriente Médio, incluídos os que utilizaram armas químicas recentemente ou no passado, ou os que acredita-se que trabalham para melhorar suas capacidades químicas, não fizeram isto imediatamente e indicaram que manteriam sua posição inclusive se Israel ratificasse a convenção", explicou Ilana.
Alguns desses Estados, lembrou, "não reconhecem o direito de Israel existir e pedem descaradamente sua aniquilação", por isso, argumentou a porta-voz, a ameaça contra seu país "não é nem teórica nem distante".
A proposta russa para o desarmamento químico da Síria, com o objetivo de evitar um ataque militar liderado pelos Estados Unidos contra Damasco, poderia pôr sobre a mesa novamente o debate sobre armas químicas na região.
A Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Uso de Armas Químicas foi assinada em 1993 e entrou em vigor cinco anos mais tarde, integrando-se ao Protocolo de Genebra de 1925.
Um total de 189 Estados assinaram o texto, com exceção de apenas cinco países reconhecidos pela ONU: Coreia do Norte, Egito, Síria, Angola, Sudão do Sul e Líbano. Além disso, dois o assinaram mas não ratificaram a convenção, Mianmar e Israel.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou recentemente que o arsenal químico sírio existe em resposta às capacidades militares israelenses.
O debate coincide com a publicação nesta semana pela revista internacional "Foreign Policy" de uma matéria sobre a descoberta de um documento da CIA de 1983 que indicava a presença de uma possível instalação para a produção e armazenagem de armamento químico em Dimona, no sul de Israel.
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