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O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse nesta quarta-feira (22) que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “pode atuar como porta-voz do Hamas”.
Cohen também acusou Guterres de “ser conhecido por sua parcialidade contra Israel”.
De acordo com o chefe da diplomacia israelense, “ontem (terça-feira) ele foi convidado a assistir ao vídeo das atrocidades que foi exibido na ONU e ele se recusou a comparecer”.
Israel está em conflito aberto com Guterres por afirmar que Israel violou a lei humanitária internacional em sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, e chegou a pedir sua renúncia como secretário-geral da ONU.
No dia 24 de outubro, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres condenou novamente o ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro, que matou mais de 1,2 mil pessoas, mas afirmou: “Não vem do nada, mas de 56 anos de ocupação”, palavras que enfureceram Israel.
Naquele discurso, Guterres também disse que nada poderia justificar os ataques do Hamas, mas afirmou que a agressão do grupo terrorista também não poderia justificar “a punição coletiva dos palestinos”.
Para Cohen, a posição de Guterres não representa a dos membros da ONU.
“Estou muito feliz em ver que a posição dele não representa as posições dos Estados-membros da ONU e que Israel também recebe apoio sem precedentes na ONU”, disse.
No final de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou (120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções) uma resolução que pedia o “fim das hostilidades” em Gaza, à qual Israel havia se oposto até ontem.
Israel, que votou contra a resolução, só encontrou apoio de 13 países, incluindo seu principal aliado, os Estados Unidos, alguns países latino-americanos, como Paraguai e Guatemala, e outros do Pacífico.