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oriente médio

Israel e Hamas aceitam trégua de 3 dias

Netanyahu quer acabar com os túneis usados pelo Hamas | Dan Balilty/Reuters
Netanyahu quer acabar com os túneis usados pelo Hamas (Foto: Dan Balilty/Reuters)
Protesto na Grécia contra a ação israelense sobre Gaza |

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Protesto na Grécia contra a ação israelense sobre Gaza

Manifestação a favor de Israel em Paris, na França |

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Manifestação a favor de Israel em Paris, na França

Os Estados Unidos e a Orga­­nização das Nações Unidas anunciaram ontem que Israel e o Hamas aceitaram um cessar-fogo humanitário incondicional que vai durar 72 horas a partir das 8 h de hoje, na Faixa de Gaza.

Segundo indica a nota conjunta dos EUA com a ONU, durante as 72 horas de trégua não haverá movimento de tropas. "Durante esse período, a população civil de Gaza receberá ajuda humanitária de urgência e terá oportunidade de enterrar os mortos, cuidar dos feridos e repor provisões de alimentos", diz o comunicado.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciaram que delegados palestinos e israelenses estão se dirigindo de maneira imediata ao Cairo para negociar com o governo do Egito, que atuará como mediador para conseguir o fim das hostilidades.

Até agora 1.428 pessoas morreram em Gaza, e outras oito mil ficaram feridas nos 24 dias da operação militar israelense sobre a Faixa, enquanto as baixas em Tel Aviv não chegam a 100, quase todas, militares.

Contexto

Quando Israel terminou a ocupação de 38 anos da Faixa de Gaza ao retirar colonos em 2005, o então premiê Ariel Sha­­ron saudou a iniciativa como um "desligamento" do conflito com os palestinos no enclave costeiro. Mas o conflito não acabou, só mudou.

Israel continuou expandindo os assentamentos na Cisjordânia, um território que os palestinos também querem para o seu futuro Estado. Radicais islâmicos tomaram o controle da Faixa de Gaza em 2007 e esforços periódicos dos EUA para mediar uma paz permanente entre Israel e a Autoridade Palestina, sob o comando do presidente secular Mahmoud Abbas, têm se revelado infrutíferos.

No vácuo diplomático, o confronto se intensificou. Israel isolou Gaza em um bloqueio de asfixia econômica, e o grupo que controla o território, o Hamas, e outras facções militantes dispararam foguetes com alcance cada vez maior e com uma frequência crescente, apesar de serem pouco precisos, em direção ao Estado judeu.

Nos últimos anos, a gestão de conflitos prevaleceu sobre a pacificação.

"Tel Aviv tem de responder por crimes", diz ONU

Reuters

A principal autoridade da ONU em direitos humanos disse ontem acreditar que Israel está deliberadamente desafiando a lei internacional com a ofensiva militar na Faixa de Gaza, e que as potências mundiais deveriam considerar o país responsável por crimes de guerra.

Israel atacou casas, escolas, hospitais e instalações da ONU em aparente violação às Convenções de Genebra, disse a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.

"Portanto, eu diria que eles parecem desafiadores", disse Pillay a jornalistas. "É por isso que digo uma vez, e outra vez, que não podemos permitir a impunidade, não podemos permitir que prossiga essa falta de responsabilidade."

Os militantes do Hamas na Faixa de Gaza também violaram a lei humanitária internacional ao disparar foguetes indiscriminadamente contra Israel, algumas vezes em áreas densamente povoadas, disse Pillay.

Ela também criticou os EUA, principal aliado de Israel, por não usarem sua influência sobre o Estado judeu para que interrompa a violência.

"Muitos dos meus comentários são direcionados aos EUA, já que são uma parte com influência sobre Israel, para que façam muito mais para pôr fim à matança", disse.

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