Entenda a tensão na faixa de Gaza
Representantes do governo israelense e integrantes do grupo Hamas voltaram a engrossar os discursos após o fim do cessar-fogo da facção palestina na última sexta-feira (19).
A trégua entre Israel e o grupo radical Hamas, negociada pelo Egito e que entrou em vigor no dia 19 de junho, terminou sexta-feira passada. Desde então, mais de 60 foguetes foram lançados do lado da Faixa de Gaza contra Israel, que por sua vez avisou que tomará medidas.Após um novo ataque em Neguev, o Hamas e outros grupos menores disseram que aceitaram um cessar-fogo de 24 horas. Em troca, em troca receberão ajuda a partir do Egito.
Também nesta segunda-feira (22), a representante de Israel nas Nações Unidas advertiu o secretário-geral, Ban Ki-moon, que o seu país está decidido a responder aos disparos de foguetes.
Gabriela Shalev enviou uma carta a Ban Ki-moon como parte da campanha diplomática destinada a justificar, por antecedência, as operações que o Exército israelense pode executar na Faixa de Gaza, segundo uma fonte diplomática.
Na carta, Shalev adverte que Israel "não hesitará em agir militarmente se for necessário para garantir a proteção de seus cidadãos, que sofrem com os disparos de foguetes a partir da Faixa de Gaza".
O secretário-geral da ONU já manifestou preocupação com a situação na Faixa de Gaza e pediu a retomada da trégua negociada pelo Egito.
Já o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, ameaçou nesta segunda-feira (22) retomar os atentados suicidas se Israel lançar operações de larga escala.
"Está em nosso direito como um povo sob ocupação nos defendermos da ocupação por todos os meios possíveis, incluindo ataques suicidas", afirmou Ayman Taha, líder do Hamas.
Mais ameaças
Os dois principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro de Israel prometeram encerrar o domínio do Hamas sobre a Faixa de Gaza, aumentando as tensões depois de um cessar-fogo de seis meses que terminou em violência.
As ameaças de Tzipi Livni, ministra das Relações Exteriores, e de Benjamin Netanyahu, líder do partido de direita Likud, se seguiram a uma reunião de gabinete na qual o primeiro-ministro Ehud Olmert fez um alerta sobre a realização de uma grande operação no enclave do Hamas em resposta ao aumento no lançamento de foguetes por parte dos militantes palestinos.
Tal operação poderia resultar em baixas pesadas dos dois lados, intensificar uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza, dependente de ajuda externa, e desencadear uma revolta internacional contra Israel.
Se eleita como premiê na eleição de 10 de fevereiro, Livni, que lidera o partido centrista Kadima, disse que o "objetivo estratégico" de seu governo será "derrubar o regime do Hamas" usando meios militares, econômicos e diplomáticos. Ela não estabeleceu um cronograma.
Netanyahu, o maior rival de Livni para o cargo, conclamou uma "política de ataque mais ativa", acusando o atual governo de ser muito "passivo".
"No longo prazo, vamos ter que derrubar o regime do Hamas. No curto, há uma vasta gama de possibilidades, desde não fazer nada até fazer de tudo, com o objetivo de conquistar Gaza", disse Netanyahu durante uma visita a uma casa no sul da cidade israelense de Sderot atingida por um foguete.
Ismail Haniyeh, o líder do Hamas em Gaza, desdenhou da ameaça de Israel. "Nada pode exterminar nosso povo".
Ayman Taha, uma alta autoridade do Hamas, disse que o grupo islâmico, que tomou a Faixa de Gaza em junho de 2007 depois de expulsar as forças do rival Fatah leais ao presidente palestino Mahmoud Abbas, prevê que o governo do Hamas sobreviverá ao de Livni.
Olmert havia alertado seu gabinete sobre "comentários audaciosos" a respeito de uma operação na Faixa de Gaza e sugeriu esperar para ver.
"Um governo não se apressa a combater, mas tampouco o evita", disse Olmert. "Israel saberá como dar a resposta adequada no momento adequado e da maneira certa, com responsabilidade."
Sublinhando o desafio militar que Israel enfrenta na densamente povoada Faixa de Gaza, o ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que mesmo uma incursão envolvendo duas ou três divisões, ou mais de 20 mil soldados, pode não bastar para pôr fim ao lançamento de foguetes.
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